Como Star Wars Matou o Cinema dos 70?

Texto: Gabriel Lima
Fontes: IMDB

Passado o explendor das décadas de 50 e 60, o cinema americano (ou Hollywoodiano), embarcou em uma jornada mais experimental. Os filmes, com tons mais realísticos e sombrios, analisavam as diversas facetas da humanidade. Vários clássicos do cinema, foram lançados na década de 70, como; O Poderoso Chefão, Taxi Driver, Um Estranho no Ninho, Laranja Mecânica, entre outros. No entanto, esse cinema mais humano e filosofico, sofreria com o lançamento do filme Star Wars: Uma Nova Esperança, que praticamente fundou as bases do cinema "Blockbuster" e expandiu os lucros do filme para diversos outros produtos, como; lancheiras, camisetas, bolsas, sapatos, brinquedos, videogames, cadernos, livros, adesivos, fantasias e tudo mais que você possa imaginar.

Efeitos especiais X Enredo

Mestre Yoda, à esquerda nos filmes antigos, e a direita na trilogia mais recente


Á partir do lançamento de Star Wars, os estúdios de cinema mergulharam na oportunidade de poder minar dólares de todas as formas possíveis em cima de seus filmes. O publico alvo, majoritariamente falando, se tornaram os jovens e as crianças. Diversos produtos industrializados foram produzidos, e os filmes deixaram de ser uma "experiencia", para se tornarem uma marca registrada. Um exemplo de um filme que foi brutalmente violado por essa onde, foi o clássico Alien. Lançado na década de 1970, o filme teve sucessivas sequencias, que exploraram o lado "violento" do filme, visando somente o lucro e a oportunidade de lançar brinquedos, jogos e  tudo mais que o logo Alien pudesse ser encaixado.

Os efeitos especiais se tornaram a principal atração dos filmes. Poucas pessoas hoje em dia vão ao cinema, para assistirem dramas, ou filmes independentes. As principais bilheterias vão para filmes com explosões, dragões, robôs e uma infinidade de texturas plásticas. O enredo se tonar irrelevante em determinado momento, ao ponto de que alguns filmes não deveriam nem ter hstória (Transformers, 2012, e os filmes de Super Herói em geral)

Não estou aqui querendo julgar e taxar o filme Star Wars, no entanto, parte dos problemas que Hollywood enfrenta hoje em dia, tem raízes no seu lançamento. Vale ressaltar que a chama do cinema dos 70 dos Estados Unidos (que foi o periodo em que maioria dos filmes preferidos deste que vos lhe escreve foram lançados), continua acessa ainda. Vários diretores, continuam abordando temas mais humanos em seus filmes, deixando os efeitos especiais como algo secundário, utilizado só em caso de extrema necessidade.


Os Limites da Vigilância: Os Ataques Terroristas na Europa

Texto de Gabriel Lima
Fontes: The Atlantic, Zygmunt Bauman e Jean Beaudrillard

George Orwell em seu famoso livro 1984, influenciado pelo momento em que vivia, criou uma das maiores visualizações do fascismo e da vigilância na literatura ocidental. Um mundo onde os cidadãos são controlados até mesmo dentro de suas próprias mentes, e mesmo os movimentos rebeldes são criações do estado para caçar e punir possíveis "traidores" do partido. Apesar de ter sido escrito no período logo após a segunda guerra e se centrar no avanço do stalinismo, as ideias de Orwell se relacionam com os recentes acontecimentos na Europa em outros países

O Outro

O sociólogo e ensaísta Zygmunt Bauman discute sobre a presença do "outro" na sociedade. O outro é sempre o estrangeiro, o imigrante e o rebelde. Aquele que não se adapta aos valores e a cultura da população em geral. O estranho ou "o outro", vive a margem da sociedade e em casos de revolta contra uma determinada questão são os primeiros a sentir o ódio e a comoção das massas. Isso vêm acontecendo na Europa já desde muito tempo, não se tratando de um problema recente.

Antes de prosseguirmos vale lembrar um pouco da história das relações entre a Europa e o Oriente Médio.

Mesquita de Córdoba, Espanha
Durante boa parte da antiguidade clássica, as civilizações do oriente médio, influenciaram as culturas que viriam a surgir no mediterrâneo, principalmente os gregos e os romanos. Já na Idade Média, a Europa havia sofrido com a expansão do cristianismo, enquanto o Oriente Médio se tornava predominantemente islamizado. Durante os séculos VIII e XIV, reinos islâmicos chegaram a existir em alguns locais da Europa, principalmente na Espanha. Durante o século XIX, a situação se inverteu e os países europeus passaram a colonizar os países do Oriente Médio. No século XX, a maioria desses países conquistaram sua independência. A descoberta do petróleo no Oriente Médio aumentou o interesse das nações nessa região o que tem levado à diversos conflitos.

Com a recente guerra cívil Síria, centenas de milhares de refugiados se dispersaram pelo mundo, principalmente para a Europa e alguns países do Oriente Médio. No entanto, o sonho de viver na Europa acaba atraindo mais refugiados para esse continente. Não é somente o American Dream que ilude populações de países pobres, mas também o European Dream, a noção de que a Europa é uma ilha de prosperidade e tranquilidade em mundo conturbado. No entanto, como sabemos a imigração é uma faca de dois gumes; tanto existe a necessidade daquele que imigra, como a necessidade de mão de obra baratá.

Essa questão deve ser analisada com mais complexidade. Com a crescente população idosa na Europa, devido ao crescimento da expectativa de vida, e a decrescente população jovem, a mão de obra tem se tornado escassa na Europa. As populações jovens, possuem maior nível de formação profissional e demandam melhores empregos, deixando todo um nicho do mercado de trabalho, aberto para imigrantes. Setores como a industria têxtil e os serviços de limpeza urbana, contratam esses imigrantes em grandes números.

É bastante cômico observar os setores conservadores da sociedade comentarem sobre a "invasão" desses imigrantes, que "roubam o trabalho" dos europeus. Esse discurso é utilizado também em outros países, inclusive o nosso. À bem verdade, muitas empresas preferem contratar empregados imigrantes, por vezes ilegais, já que o salário minimo não precisa ser respeitado e os mesmos não possuem nenhum direito trabalhista. Cria-se então com essa população, um antagonismo. Os Sírios, passaram à ser o "outro" de Bauman, aquele elemento da sociedade que não se enquadra nos padrões estéticos, sociais e religiosos da sociedade europeia.

Pânico fabricado

Não irei aqui defender teorias da conspiração, mas, é importante observar como os ataques terroristas tem sido utilizados pelas forças de segurança dos países da Europa, como pretexto para forçar a aprovação de leis que restringem a liberdade dos habitantes. Segundo o site The Atlantic, com as novas leis de restrição, a França prendeu mais de 200 manifestantes durante os protestos contra a Conferencia Global sobre o Clima. Essas atitudes demonstram que a França, assim como outros países do continente, tem se utilizado da comoção criada pelos ataques para criar elementos que barrem o discurso livre e o direito de protestar. Essas medidas constituem a emergência de um "Estado Policial".

Esse episódio remete ao caso do 11/9, quando o congresso americano aprovou leis que aumentavam o poder das agencias de vigilância. O fato é; muitas vezes essas leis são utilizadas contra os próprios cidadãos do país. O documentos vazados por Edward Snowden, revelaram a imensa quantidade de informações e escutas ilegais que o governo do estados unidos realizaram. Sera que todo esse pânico não é fabricado com o intuito de restringir as liberdades e  aumentar o poder da já estabelecida classe dominante?

Vivemos em mundo onde a mídia controla as opiniões, e os conceitos são superficiais e distantes de uma realidade objetiva. Controlar uma população através das imagens e da falsificação da verdade, pode não ser uma questão restrita ao livro de Orwell.


O Teste de Bechdel: Detector de machismo literário?

Texto de Gabriel Lima

O teste de Bechdel, analisa se um filme ou uma obra literária, possui um dialogo entre duas mulheres sem necessariamente envolver um homem. O teste bastante usado na internet em comunidades e sites que defendem a causa das mulheres, quando bem aplicado, pode ser de grande utilidade para a discussão sobre a igualdade de gênero. No entanto, algumas criticas devem ser aplicadas quanto ao teste.

1° Um filme pode ter elementos de objetificação fe
minina, e mesmo assim passar no teste, contanto que duas mulheres falem sobre algo além de homens.

2° O teste também desconsidera filmes que se passam em períodos antigos, como filmes medievais.

3° O filme não leva em conta filmes com somente personagens femininas ou masculinas.

O fato é que ainda existe muita objetificação das mulheres em filmes, tanto estrangeiros quanto nacionais. Filmes estes, quase sempre do gênero ação, voltados para o publico masculino. Vemos essa questão da objetificação bastante presente também em videogames.

O teste é valido quando aplicado levando em consideração os 3 pontos citados acima.

Façam suas analises!


Filosogames: Max Payne 3 - O fardo do homem branco/American Hero

Durante as filmagens do filme "Os Mercenários" Stallone teria dito, que o povo brasileiro gosta de ver as explosões que os americanos fazem durante as filmagens.

Poucas empresas de videogame produzem obras de arte, como faz a empresa Rockstar. Seus games além de divertidos, apresentam analises criticas de diversos assuntos referentes ao poderio norte-americano e sua sociedade alienada e decadente. Enquanto a serie GTA (Grand Theft Auto) se ocupa em criar sátiras e parodias sobre o modo de vida americano e o famigerado American Dream, outros games discutem sobre outras questões, como; destino manifesto, excepcionalismo, sistema educacional americano e a desconstrução da era de ouro americana.

Max Payne 3, no entanto, é de extrema importância para nós habitantes do que o mundo "civilizado" chama de "América Latina", já que o mesmo, desconstrói a figura do American Hero através do personagem de Max Payne. Antes de seguirmos com essa analise, vamos recapitular a história do game.

Ao receber um convite para trabalhar como segurança para uma família rica de São Paulo, Brasil, Max se vê rodeado de policiais corruptos, traficantes e políticos gananciosos. Max um americano em terras latinas, deixa para trás uma inimaginável quantidade de corpos. Ao final suas ações parecem trazer mais problemas para o já problemático país. Mas, Max como um bom americano, se afasta da destruição que o mesmo realizou, e tira ferias prolongadas nas praias do nordeste brasileiro. Seria esse um final comum de vários filmes americanos, se  neste caso, não fosse um filme e sim um jogo da empresa Rockstar.

Esse resumo acima, não expressa com devida honra o maravilhoso roteiro escrito para esse game. Ao primeiro olhar, o game parece mais um shooter genérico, que especialistas em "arte" usariam para negar um lugar aos videogames entre os gêneros artísticos. No entanto, com um olhar mais profundo o jogo demonstra suas verdadeiras intenções que iremos analisar aqui em profundidade. Antes vejam o trailer do game abaixo.


Um tipico herói americano

Max em um primeiro olhar, possui as qualidades de um herói americano. O mesmo deseja fazer o bem, possui uma força sobre-humana, a capacidade de manusear o objeto de paixão nacional (a arma de fogo). Porem, temos um problema. Max Payne não consegue mais discernir o real do imaginário, devido a quantidade de medicamentos que o mesmo toma. Vemos ao longo das cenas do game, imagens distorcidas e luzes piscantes, como se o nosso "herói" estivesse sobre a influencia de uma droga poderosa. Max é a representação do herói americano decadente, imortal devido ao seu poder e incapaz de viver de outra forma que não seja através de sucessivos atos de violência. Um herói nacional, encarna em suas qualidades, aquilo que o país vê em si. Os heróis nacionais são quase que formas antropomórficas do próprio país. O herói americano, entretanto, não sofre com as coisas que faz, já que em sua mente todas as suas ações são justificadas. Tive o desprazer de recentemente assistir o filme The Avangers: Age of Ultron, onde pude constatar o exemplo mais grotesco de herois americanos em serviço. Os "heróis" invadem não só uma fictícia nação no leste europeu (que claramente e a Ucrânia), como também invadem um não nomeado país da África, deixando um rastro de destruição e morte (mortes estas que o filme aparentemente oculta, mas que qualquer Chimpanzé com dois neurônios conseguiria observar).

A empresa Rockstar, direciona o seus games principalmente para o mercado norte americano, que muitas vezes consomem esses produtos de forma alienada, sem realmente parar ara analisar a história que está sendo passada. Talvez seja esse o estigma dos videogames, serem tratados por velhos ranzinzas em bibliotecas cheirando a mofo como produtos sem "essência artística", enquanto filmes e livros são resguardados como obras de arte. Oras! Todo ano vemos centenas de livros e filmes ruins, que visam somente o lucro, no entanto, não desconsideramos a 7° arte e a literatura como objetos sem essa tal "essência artística". Bom, acabei me perdendo nesse assunto, vamos voltar ao game.

Durante uma das sequencias do jogo, Max visita o canal do Panamá, simbolo da intromissão americana na geopolítica da América latina. Nessa sequencia do jogo, o personagem tem acesso a um museu, demonstrando a fauna e a flora da região do Canal, assim como sua história. Uma peça chama à atenção; dois exploradores norte-americanos trajando roupas do século XIX, que Max prontamente comenta traçando uma relação entre o seu comportamento e o comportamento dos exterminadores...digo...exploradores!

Em outro momento, após invadir uma delegacia de policia, Max é confrontado pelo "chefão", que diz palavras proféticas que todo super-herói deveria ouvir; "você tentou ajudar os pobres e agora eles estão mortos, você acha que fez alguma diferença?".

Outro momento marcante no game, e quando Max decide ir atrás da esposa do homem que trabalha, que teria sido sequestrada e lavada para o topo de uma favela, e decide usar uma camisa havaiana, como se fosse algum tipo de turista, aliás, centenas de estadunidenses e europeus visitam as favelas brasileiras, como numa tentativa de viver uma aventura na "savana dos homens". Os Estados Unidos da América, foram guiados desde antes de sua fundação, por um forte sentimento de destino manifesto. O mundo pertence aos americanos, por que os mesmos são melhores que todo mundo. Desde o sentimento do peregrino que migrou dos rincões pobres do Reino Unido para o continente americano, passando pelo Cowboy assassino de indígenas e o candidato a presidência que decide de uma hora para outra que o melhor a se fazer contra o terrorismo e proibir a entrada de qualquer muçulmano no país.
Os Limites da Propaganda (Divulguem)


Uma propaganda da Universidade São Judas, passou despercebida pelos olhos do grande publico, no entanto, não deste que escreve. A propaganda que mostra uma Astronauta, pedindo orientação para os controladores na terra, chacoteia os nordestinos, taxando dois repentistas que aparecem de desinformados.

Por se tratar de uma Universidade com altos custos em seus cursos, podemos considerar a USJ, uma instituição de ensino voltada para a classe média e média alta. Seu campos se encontra na cidade de São Paulo, uma cidade que vem demonstrando ao longo dos anos, uma intensa descriminação contra imigrantes e migrantes nordestinos, por parte de sua classe média branca.

Os nordestinos no Brasil, sempre foram tratados na midia, com figuras "engraçadas" e geralmente ouvimos também "burras". Outros insultos são feitos ao povo do nordeste, que não irei citar aqui por respeito. A propaganda então da Universidade São Judas, continua a estimular esteriótipos, como vistos na propaganda.


VEJA A PROPAGANDA ABAIXO 


Análise de filmes: Gravidade (2013)

Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade.
Friedrich Nietzsche
Essa frase do filosofo austríaco Friedrich Nietzsche, nos faz pensar sobre as diversas formas de escapismo, que a mente humana criou para lidar com a bruta realidade, resume em parte o estado psicológico da protagonista do filme Gravidade (2013), do diretor Alfonso Cuaron. A doutora Ryan Stone, uma médica que recentemente parece ter aderido ao programa espacial norte-americano, com a construção de um componente para o Telescópio Hubble, enfrenta a depressão, após a morte de sua única filha. Ryan interpretada por uma das minhas menos favoritas atrizes norte-americanas, Sandra Bullock, se afunda cada vez mais em uma depressão, que a leva aos mais profundos abismos de sua alma, e para o maior abismo de todos: o espaço!

E aqui que os simbolismos desse fantástico filme começam!

O ESPAÇO COMO UMA METÁFORA DA DEPRESSÃO

Só quem já passou por um período depressivo, sabe como um pensamento ruim, pode ocasionar outros pensamentos, e quando nos damos conta de nossa situação, estamos vagando sem rumo pelos abismos de nossa mente, tentando fugir de uma constante massa de pensamentos obscuros. Esses pensamentos são representados no filme, como os destroços dos satélites e das estações, que vorazmente ameaçam a vida da protogonista.


Escapar desses pensamentos requer coragem e força de vontade, o que normalmente alguém que passa por uma depressão não possui. No entanto, partes de nossa mente tendem a nos dizer que é inútil se isolar na escuridão, e a melhor coisa a fazer e tentar voltar a realidade, ou simplesmente, enfrentar a gravidade e fincar os dois pés no chão.

O espaço no filme também visto como um espaço estéril, ou seja, onde a vida não pode existir, assim como na depressão. Não se pode viver enquanto não se experimenta vida, e alguém em depressão, passará pela vida como apenas mais um objeto, sem usufruir os bons momentos. A vida somente é possível, fora da escuridão, a vida só é possível quando à aceitamos.

E o que mais motiva a vida, do que a iminência da morte? Após a trágica morte de Matt Kowaski, interpretado por George Clonney, a doutora Stone, se vê "obrigada" de certa forma a sobreviver, e ao mesmo tempo, inconscientemente a mesma começa a querer viver novamente, e não mais vagar à esmo. A terra, ou a vida, se torna o seu destino, mas pra isso ela precisa nascer de novo, e essa cena abaixo diz tudo.


A TERRA COMO UMA METÁFORA DA VIDA

A terra ao menos, pelo que sabemos até agora, é o único planeta no universo, que possui vida. Essa é uma afirmação bastante egocêntrica e principalmente Antropocêntrica, no entanto, somos humanos, e inescapavelmente antropocêntricos. Na mente do diretor e roteirista Alfonso Cúaron, a terra e um simbolo de vida e felicidade, no qual a doutora Ryan Stone, e recebida de braços abertos, após a mesma enfim vencer a escuridão do universo.

O FOGO E A ATMOSFERA: CATARSE   


Em diversas culturas, principalmente de origem Indo-Ariana(persa e hindu), o fogo possui uma característica essencialmente purificadora. O fogo limpa os elementos maléficos do corpo, e conduz a alma ou o objeto a um patamar mais elevado. O fogo no filme, representado pela entrada da doutora Ryan Stone na atmosfera, conduz uma limpeza em seu corpo, limpando os últimos resquícios de sua depressão.

Após a entrada, a doutora e recebida por outro elemento simbólico de purificação, e o elemento primordial da vida: a água. A doutora é banhada pelo elemento primordial e ganha vida através da ingestão.

A ultima cena desse filme, é uma das mais icônicas em minha opinião, Ryan sai da água, e enfrenta a gravidade, ficando em pé, demonstrando que a gravidade não mais é um fardo para ela, ou seja, a vida não lhe é mais um fardo.

Se você gostou desse post, acompanhe mais análises de filme clicando AQUI!

Vejo vocês em breve, compartilhem!



Estratigrafia Cultural: A Relação entre Culturas

A cerca de 515 anos, o território que hoje compõem o Brasil, não havia sofrido a influencia da cultura europeia. Após séculos de migrações, domínio europeu e influencia de ideologias e culturas do velho continente, a cultura pré-colonial, hoje se encontra "marginalizada" e diluída por vezes imperceptivelmente na cultura brasileira.

O termo estratigrafia emprestado da Arqueologia e da Antropologia, lida com a questão dos estratos de solo, ou camadas, que contenham objetos criados por seres humanos. Podemos utilizar esse termo para analisar algo não material? Como a linguagem, ou a cosmogonia?  A resposta é sim!

Tomemos como exemplo a própria cultura brasileira, dominada hoje pela influencia ocidental, e europeia, mas que mesmo assim possui uma grande riqueza cultural advinda de povos nativos, e de escravos africanos trazidos para trabalhar nas plantações ao longo do litoral. Vamos analisar primeiramente uma questão que nos acompanha toda nossa vida, e nos permite relacionar com outros seres humanos, e com mundo: A linguagem.

Brasileires? 

Basta andar pelo centro de São Paulo, uma cidade que possui o nome de um Santo da Igreja Católica Apostólica Romana., para perceber a grande confluência de linguás que se construirão ao longo de séculos de formação do território que vivemos hoje. Imaginemos que você acorde dentro do metro, e as portas se abrem na mais movimentada estação de Metro da América Latina, a estação da Sé, no centro da cidade. Ao sair da estação, você provavelmente vai ouvir várias linguás sendo faladas na cidade, em maior quantidade a linguá portuguesa, também o espanhol, o crioulo ou as linguás africanas de imigrantes haitianos e africanos respectivamente. Em menor quantidade, ouviríamos o inglês, o francês e outras linguás europeias, provavelmente de ingênuos turistas com suas enormes câmeras fotográficas penduradas no pescoço, em uma cidade com altas taxas de roubo.

Existem na cidade vários locais com nomes ainda presentes, de origem Tupi-guarani, como Iguatemi, Itaquera, Tietê, Anhanguera entre muitos outros. Com a atual onde de imigração boliviana e africana, em tempos vindouros provavelmente essas culturas serão também diluídas em nosso meio social.

Neo-pentecostalismo? Ou cristianismo xamanístico?

Na religião também ocorre essa convergência de culturas distintas, um grande exemplo disso seriam as igrejas Neo-pentecostais, tão comuns atualmente no Brasil. Pare e veja um culto, ou assista um video na internet, e tente reconhecer algumas questões alienígenas ao cristianismo europeu, católico ou protestante. Danças quase alucinógenas, e que incutem um espirito ritualístico aos cultos, com pastores usando "poderes de cura" ou objetos sendo utilizados para fins religiosos. Todos esses comportamentos parecem advir de culturas nativas, e de culturas africanas. Como boa parte da população que frequenta essas igrejas é de origem pobre, e com grande ancestralidade indígena e africana, seus ritos sobreviveram na religião em que foram integrados, a religião dominante, o cristianismo.

Cultura dominante, cultura dominada e culturas emergentes

Com a colonização europeia, ideias e culturas do velho continente migraram para o novo mundo assim como os indivíduos, alias, a cultura veio com os indivíduos. Conforme a cultura dominante se tornou a cultura europeia, a mesma se tornou então, a camada mais expressiva de nosso estrato cultural. A linguá, a religião, o direito. e as noções de mundo ou cosmogonia, advêm do velho continente. As culturas dominadas, ou pré-existentes como a cultura indígena, subsiste, e interage com a nova cultura, sofrendo influencias e influenciado a camada mais alta. Culturas emergentes, são geralmente culturas estrangeiras que não oferecem inicialmente uma ameaça ao Establishment, no entanto, pode no futuro se tornar tanto uma cultura dominada ou uma cultura dominante. Um exemplo grande, seria a imigração germânica para as bordas do império romano, a cultura dominante latina, influenciou em maior escala a cultura germânica, do que a cultura germânica influenciou a cultura latina, mesmo que as migrações tenham causado o fim da organização politica imperial.

Para mais informações, deixem comentários!


George Orwell: 1984

Uma visão alarmante sobre um distópico regime totalitarista baseado obviamente nas experiencias nazista, e stalinista do século xx. Orwell de forma magnifica narra a trajetória de um membro do partido - órgão que controla a sociedade do super-estado chamado Oceania - que começa a questionar a sociedade em que o mesmo vive, e inicia uma rebelião contra todas as normas impostas pelo governo. Mais do que uma obra de literatura, 1984 é um discurso sobre totalitarismo, propaganda, formas de governo, sociedade, amor entre outras questões de extrema importância até os dias atuais. 

Em breve uma análise completa dessa obra.

Vale à pena ler

Nota 10 em todos os critérios!
Se você gostou de nossas séries de artigos, "Deus existe?" e "Histórias de Fantasia são Racialistas?", estamos preparando mais uma rodada de assuntos para abordar de forma mais longa e detalhada. Conforme esses artigos levam tempo para ficarem prontos, por exigirem pesquisas e detalhes científicos, o ritmo em que as mesmas saem é semanal. Semana que vem uma nova série sera postada, intitulada " A vida urbana e a crise do espirito", onde faremos uma análise do surgimento das religiões de "espirito" como o cristianismo, o budismo, o zoroastrismo e o maniqueísmo no contexto de períodos de forte urbanização, e veremos como o crescimento das religiões pentecostais no Brasil, está ligada à esse fenômeno social. Utilizaremos também a antropologia e a neurociência para explicar o que leva a mente humana a perseguir essas religiões.

PRIMEIRO POST: 28/04

SEGUNDA PARTE: 05/05

TERCEIRA PARTE: 12/05

VEJA NOSSAS OUTRAS SÉRIES:

Deus Existe? PARTE 1 - PARTE 2 - PARTE 3

Histórias de Fantasia são Racialistas? PARTE 1 - PARTE 2 - PARTE 3


Texto de Gabriel Lima

No período antigo, filósofos e pensadores já se indagavam sobre a possibilidade da existência de seres vivos em outros planetas. Muitos postularam teorias acerca da composição ou possível forma desses seres, mas, o que diferenciava essa crença arcaica em seres extraterrestres da de hoje em dia, é a ausência de pensamento cientifico. Os nórdicos, por exemplo, criam na existência de vários "mundos" habitados por raças diferentes (elfos, elfos negros e etc). Essa crença em mundos misticos paralelos se distancia da atual crença e do atual conjunto de crenças que se originaram à partir da ideia cientifica sobre vida extraterrestre. 

Como esse texto se direciona à uma análise mitológica e folclórica acerca da vida extraterrestre, nos focaremos apenas nos segmentos culturais e literários que abordam essa temática. Portanto fica claro que não é nossa intenção defender ou criticar a existência ou a inexistência de formas de vida alienígenas.

"UMA HISTÓRIA VERDADEIRA" DE LUCIANO SAMÓSATA


Podemos creditar a obra de Luciano como uma das mais antigas obras de ficção cientifica, Em seu livro o mesmo conta um episodio, onde seu barco teria sido levado até a Lua por uma fonte, e lá encontrou habitantes que estavam em guerra contra o povo do Sol. Essas duas populações alienígenas estavam em guerra devido a tentativa de colonização da estrela vespertina, ou seja , o planeta Vênus. 

Essa história definitivamente não verdadeira de Samósata, possui fortes influencias de seu período histórico. O mesmo viveu no século II d.C, período em que o império romano disputava territórios com o império Persa com cada vez mais frequência. O texto de Luciano carrega muitas bizarrices em si, e vale uma leitura para quem se interessar.


VISÕES MODERNAS SOBRE A VIDA EXTRATERRESTRE

Durante o período moderno, novas ideias surgiram nos mais diversos campos, desde o pensamento filosófico até a Química. Com a adoção do modelo Heliocêntrico e os estudos mais complexos acerca do sistema solar, cientistas, pesquisadores e literários como Kepler e   Bernard le Bovier de Fontenelle exploraram o imaginário desse novo ambiente, e o enriqueceram com criaturas e sociedades distintas. No livro Somnium de Kepler, seu protagonista e transportado para à Lua por demônios. Mesmo com o tom fantasioso da História, a apresentação das criaturas lá existentes e a geografia do local, são genuinamente pertencentes ao gênero da ficção cientifica.
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Outros autores modernos que abordaram a possibilidade da existência de formas de vida extraterrestres em seus trabalhos foram; Henry More e John Milton. Esses autores influenciados por seu período histórico e as ideias circulantes no período, imaginavam um universo povoado de seres quase misticos em essência, se assemelhando muitas vezes a populações africanas ou do extremo Oriente.


INICIO DO SÉCULO XX

Na primeira metade do século XX, devido às novas formas de comunicação uma enorme quantidade de revistas, livros, filmes e radionovelas seriam produzidas com a temática extraterrestre. Essas produções muito procuradas pelo publico urbano e alfabetizado, geraria uma verdadeira febre cultural. Entre os principais precursores desse movimento podemos citar, H.G Wells, Olaf Stapledon e Edgar Rice Burroughs. Primeiramente esses autores se utilizavam de figuras antropoformes para popular seus planetas fictícios, com pequenas diferenças entre si. Logo essa ideia cairia por terra devido a impossibilidade de uma evolução paralela que acarretasse em formas de vida tão similares, no entanto essa ideia continua ainda em uso, mesmo em filmes como Alien e Avatar, os alienígenas são em essência antropoformes. 

Com advento da TV e do cinema popular Hollywoodiano, uma centenas de filmes de ficção cientifica seriam lançados à cada década e influenciariam aos poucos o pensamento dos jovens. A exploração estadunidense e soviética no espaço levaria à uma corrida não só politica, mas também ideológica. Os russos utilizavam a ideia de progresso da causa comunista, e os americanos se utilizavam do cinema e de sua cultura de massa para inculcar na mente da população noções sobre a necessidade da exploração espacial (logo aumento de impostos e verba da NASA) e a existência de civilizações alienígenas potencialmente amigáveis ou agressivas. Filmes como Star Wars e Star Trek, influenciaram jovens que hoje são cientistas e pesquisadores, e ajudam na busca de evidencias sobre a existência de formas de vida alienígenas. 





O MISTERIOSO DESCONHECIDO


Durante a idade da pedra, os humanos acreditavam que as florestas e as cavernas eram habitadas por seres e espíritos fantásticos, o desconhecido, o caótico logo ganhava novas cores e uma ordem estabelecida com essas criaturas. Essas criaturas imaginativas e fantasiosas, serviam como um alerta e ao mesmo tempo como um mecanismo de aproximação com esses territórios desconhecidos. Logo em nossa época onde boa parte dos seres humanos vivem em cidades e se distanciam cada vez mais do meio natural, nosso olhar imaginativo e misterioso se volta para cima. Inúmeras religiões e cultos modernos, mesclam elementos de religiões antigas, com elementos de ficção cientifica, entre elas podemos citar a mais conhecida pelo publico, a Cientologia americana. Essas religiões e esses cultos, são produtos da época em que vivemos, onde o mistério se deslocou das florestas e das cavernas, para a imensidão do espaço acima de nós. O fato é que ainda não existe nenhuma comprovação cientifica acerca da existência de vida extraterrestre, mas os cientistas estão cada vez mais próximos. A Exobiologia vem estudando como moléculas de Carbono complexas, podem se formar em nebulosas e nuvens de gases, produzidas por Supernovas.

Os inúmeros casos veiculados pela mídia de supostos raptos de pessoas por "aliens", também não podem ser levados à serio, já que não existem indícios para tanto. Ainda, muitos dos que clamam terem sido abduzidos, se utilizam da fama gerada por noticias sensacionalistas, para vender livros e aparecer em programas de TV. O fato é que as histórias que hoje contamos sobre o espaço, são novas formas de mitologia e lendas, com um toque de modernidade e tecnologia. Assim como Ulisses viajou pelo Mar Egeu por dez anos tentando achar o caminho de casa, Luke Skywalker, Shepard, e outros tantos personagens fictícios desbravam o desconhecido moderno, o espaço.




















Texto de Gabriel Lima
Fontes: Scientific American Brasil, Miguel Nicolelis

Ele tem o seu mesmo DNA, seus mesmos genes, sua aparência e até poderá ter as mesmas doenças que você. Então o seu clone, seria você?

"SER OU NÃO SER"

A resposta pra essa pergunta é um simples e direto não, mas a explicação do porque não é mais complicada. Para começar é difícil definir o que é "ser" em termos físicos e biológicos. Os átomos que atualmente fazem parte do seu corpo, não são os mesmos que "você" tinha à cinco anos atrás, nesse período o seu corpo simplesmente se reconstruiu através da matéria que você consumiu. Lembra aquele churrasco que você teve com seus amigos em 2010, provavelmente aquele espetinho de porco, compõe hoje, alguma parte de seu corpo. Para falar a verdade o tempo todo estamos expulsando e absorvendo matéria, seja pela ingestão de alimentos, ou pela respiração. Se em média uma pessoa vive 80 anos, então ela terá trocado totalmente de átomos, cerca de 16 vezes ao longo da vida. Veja o escritor desse artigo mesmo, com apenas 22 anos, um jovem apenas, já teria segundo esse calculo trocado totalmente de átomos cerca de 5 vezes, isso sem contar o período de crescimento entre os 0 e 8 anos e a puberdade. Então quem sou eu?

Biologicamente as coisas ainda não são animadoras para o eu. Nosso corpo é composto de bilhões de células, mais do que as estrelas da Via Láctea. Cada uma dessas células realizam funções diversas no corpo e possuem formas diferentes. No topo da hierarquia das células se encontram as células nervosas, ou neurônios, que comandam o sistema nervoso do corpo, e outros tantos sistemas. Quando pensamos em comer sorvete, nossos neurônios pensaram antes de nós. Quando vemos aquele conhecido na rua, e esquecemos o nome do fulano, nosso cérebro inicia uma verdadeira força tarefa digna de repartições publicas para encontrar os dados daquele tal conhecido anonimo. Pouco fica no controle do "eu" que nada mais é biologicamente e neurologicamente falando, do que a soma de todas as células trabalhando em conjunto. A consciência, o "eu" é a ponta do Iceberg.

VOCÊ PENSA, LOGO EU EXISTO?

Como animais sociais, vivemos em grandes e complexos grupos. Segundo a neurociência a consciência surge da necessidade de entender o outro e de entender à si mesmo. Já comentamos sobre isso no post teoria da mente à algum tempo atrás. Imaginamos uma situação bastante corriqueira para qualquer primata que se de o respeito de assim ser chamado. Você vai entrar em um novo grupo social (faculdade, escola, trabalho ou cidade), e não sabe como se comportar, você vai sentir aquela "boa" e velha timidez, e vai sorrir desconfortavelmente pelo resto do dia, até começar à se acostumar com a ideia. Essa experiencia mostra como somos suscetíveis ao olhar do outro, e como nossas mentes estão voltadas para o exercício da sociabilização. Ademais, nosso comportamento, nossos trejeitos, nossa fala e boa parte de nossos pensamentos, não advêm de nos mesmos, e sim de outros. Falamos a linguá portuguesa porque nossos país assim nos ensinaram. Vestimos de uma determinada maneira, porque assim nos acostumaram. Assistimos determinados filmes, e lemos determinados livros, de acordo com nossas vivencias. Isso explica por que as vezes dois irmãos gêmeos univitelinos, podem ser tão diferentes. "Então se nada do que eu penso, vem de mim, repito a pergunta, quem diabos sou eu?"

A resposta para essa pergunta, e a do clone, são basicamente as mesmas. Um clone não seria você, porque o mesmo seria composto de átomos diferentes, e provavelmente ao longo da vida trocaria seus átomos, por outros átomos que você jamais teria. Dependendo de sua vida, sua alimentação, o clone poderia ser diferente de você mesmo tendo os mesmos genes, já que eles seriam utilizados de formas diferentes. As vivencias sociais também o moldariam diferente de você, caso você ele fosse criado por uma família conservadora e você por anarquistas ateus, o comportamento de um pareceria alienígena para o outro.

A resposta para o "quem sou eu?" é simples, você é à cada 5 anos uma massa de átomos diferentes que realizam funções químicas no ambiente, esses átomos se organizam em moléculas, essas moléculas em proteínas e essas proteínas em células. Essas células vivem em constante troca química com o meio ambiente e seu comportamento é baseado no seu código genético. Essas células logo compõe o que você se chama de eu. Seus sistema nervoso, um grupo de células que respondem ao meio, absorvem as informações externas e moldam aos poucos o seu comportamento, seus gostos, seus vícios, seus ódios e seus amores. Somos uma metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas, e para quem aprecia à natureza, isso é mais belo do que achar que somos "providencia divina, feita em carne".

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TEXTO DE GABRIEL LIMA

Existem atualmente 7 bilhões de pessoas no planeta Terra, e esse numero aumenta à cada dia que passa. Números como esse mostram que nossa especie gosta de se reproduzir e se multiplicar como todas as outras, mas de longe não somos em quantidade, a maior especie do planeta. Somos em números a maior especie primata em existência e um dos mais dispersos mamíferos do planeta. Mas por que gostamos tanto assim de se multiplicar? Por que fazemos sexo? E afinal o que nos leva a fazer sexo só com uma pessoa por longos períodos?

É TUDO GENÉTICA 

Para começar, o sexo não é nada mais nada menos do que a mistura de dois materiais genéticos diferentes, geralmente carregados por dois sexos diferentes - macho e femeá. Essa mistura de traços genéticos, leva à uma variedade maior de características, que são vantajosas aos indivíduos quando expostos ao meio. Um grande variação genética, pode proteger uma especie de doenças e vírus, e também abrir centenas de possibilidades evolutivas, já que cada população possui traços próprios. No caso dos Homo Sapiens, essa diferenciação genética gera diferenças no tom da pele, no formato do corpo e na produção de determinados hormônios. Vale ressaltar, que apesar de essas diferenças parecerem grandes, em termos genéticos elas são minusculas e não indicam uma separação da especie Homo Sapiens em raças, como já foi acreditado em séculos passados (e infelizmente até hoje em dia).

O OVO, A GALINHA OU O ESPERMA DO GALO?

Quando surgiu o sexo? Cientistas acreditam que tenha surgido à cerca de 1 bilhão de anos, as circunstancias são ainda motivos de debate, mas a principal teoria e que o sexo surgiu, como citado acima, para criar organismos mais diversificados e adaptados ao seu meio, e por outro lado, remover traços genéticos indesejáveis. Exclusivo dos organismos Eucariotas, o sexo tem sido uma ferramenta eficaz de reprodução à mais de um bilhão anos, e foi o principal responsável pela difusão de diversas especies que vemos hoje em nosso planeta.

A vontade de fazer sexo surge de vários mecanismos fisiológicos em funcionamento no nosso corpo, que liberam hormônios específicos, e no caso dos homens produzem os espermatozoides. Esses mecanismos são ativados quando a pessoa se excita ao ver os atributos físicos de outro individuo. Costumamos nos sentir excitados quando inconscientemente detectamos atributos físicos que sinalizem saúde e bons genes.

E QUANTO AOS HOMOSSEXUAIS?

As causas para o homossexualismo ainda estão sendo estudadas, mas pesquisas indicam que vários processos influenciam na opção sexual do individuo. Atributos genéticos, hormônios, ou questões ligadas ao período pós-natal, levam ao comportamento sexual. Vale ressaltar que boa parte dos mecanismos acima são validos para os homossexuais, no entanto por razões biológicas os mesmos não conseguem se reproduzir entre si. O homossexualismo, independente de sua origem, deve ser respeitada como uma orientação sexual, e não existe nada de anormal nisso. Os indivíduos podem ser limitados pela incapacidade de gerar filhos, mas o tesão sentindo entre os mesmos é legitimo, e a fisiologia que os levam à sentir atração uns pelos outros, pouco diferem dos heterossexuais.

SE FOR TRANSAR, USE CAMISINHA, SE FOR SE "REPRODUZIR", APROVEITE A AUSÊNCIA DELA E FAÇA COM CONSCIÊNCIA. 

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FilosoGames: "Bully", e o Sistema Educacional Americano

TEXTO DE GABRIEL LIMA

O controverso game da empresa  Rockstar, proibido em vários países, inclusive no Brasil, conquistou espaço na mídia, do que nas prateleiras das lojas, obtendo um certo sucesso com os gamers. O game em que coloca você no papel de Jimmy Hopkins, um problemático garoto adolescente, que é transferido para um internato depois que sua mãe sai para uma lua de mel de um ano, após se casar com um cara rico. Jimmy deve conquistar seu espaço nessa verdadeira selva, onde cão come cão. Alias cão como cão em latim é Canis Canen, nome dado ao game na Grã-Bretanha.

Bully foi criticado devido a sua jogabilidade "violenta" e sua "apologia ao Bulllyng". Qualquer um que joga os games dos estúdios da Rockstar, sabe que sua marca registrada e o sarcasmo e a sátira. Grand Theft Auto, a serie mais conhecida da desenvolvedora, faz ferrenhas considerações sobre o mundo pós moderno, dominado pelas grandes empresas, marcado pelo consumerismo e dominado por políticos corruptos. Red Dead Redemption, outro game da Rockstar, ambientado no velho oeste americano, satiriza um período da História americana romantizado em filmes e livros. Podemos citar aqui vários outros exemplos de outros games da empresa, mas para sermos breves, vamos direto ao game em foco.

"AH QUEIMADA! COMO EU ADORO O SOM DE GAROTOS CHORANDO PELA MANHÃ"

Nerds
A frase do subtitulo acima, é dita pelo professor de educação física de Bullworth, escola em que a maior parte do game se passa. Um internato bem ao estilo inglês, Bullworth possui uma péssima reputação, como diz Jimmy Hopkins, personagem principal no inicio do game, "a escola conhecido por formar advogados corporativos, Assassinos em série e todo tipo de mal elementos". Ao andar pelo terreno da escola, o jogador pode encontrar um grande quantidade de jovens, que se dividem em diferentes tribos.

  • Os Nerds: Desprovidos de habilidades sociais, e frequentadores da biblioteca, os nerds em Bully passam a maior parte do tempo jogando RPG de mesa e construindo armas para enfrentar os Bullys
  • Os Greasers: Os Bad Boys do game, vestidos em couro e brilhantina, os rebeldes sem causa da cidade e escola de Bullworh.
  • Os Jocks: Extremamente fortes e extremamente burros, membros do time de futebol americano da escola, e grupo dominante na hierarquia de Bullworth
  • Os Preppies: Jovens ricos e mimados, que se acham superiores à todos, agindo como ingleses e praticantes de Boxe.
  • Os Bullies: Jovens que passam o tempo todo arrumando confusão e brigando.

Essas diferentes são dominadas aos poucos pelo personagem principal, e suas atitudes e seus modos de ser são revelados ao jogador, em uma série de comentários satíricos. Bom, agora que o game está apresentado, podemos partir para a nossa análise. O game Bully é uma sátira do sistema educacional americano? Por sua exacerbação dos problemas educacionais americanos, o game foi tão condenado?

As sátiras tem o poder de mostrar situações e comportamentos, que por vezes tendemos a esconder. Grandes exemplos de sátiras modernas, são os filmes do comediante e ator Sacha Baron Cohen (Borat, O Grande Ditador), e o canal brasileiro "PORTA DOS FUNDOS". Ao fazer uma sátira, por exemplo, sobre o estado laico brasileiro, e demonstrar nessa sátira que a religião cristã ainda e dominante na politica brasileira, o canal "PORTA DOS FUNDOS", expõem uma situação que muitos ainda negam, mas é evidente quando se faz uma análise mais profundo. Os games da Rockstar sofrem com criticas de grupos conservadores, devido ao seu conteúdo debochado, e repleto de criticas ao modelo de vida americano.

"SEM EXPULSÕES ESSE MÉS, EU ESTOU FICANDO FROUXO?

Uma das primeiras coisas que um percebe, ao salvar o game Bully, é que alguns jovens foram deixados de lado, sem estudar, por não conseguirem pagar a anuidade da escola. Jovens pobres que vivem na periferia industrial da cidade de Bullworth, vitimas de um sistema de ensino desigual. Como se sabe, nos Estados Unidos a maioria das universidades são privadas, o que dificulta o acesso da população pobre nessas faculdades. Muitas faculdades como Harvard, Yale e Princeton, funcionam através de aplicações financeiras de capital doado por ex-alunos. Jovens de família rica possuem facilidade para entrar nessas universidades, que não possuem um vestibular, somente entrevistas e alguns testes. Essa desigualdade no ensino, reflete a desigualdade social no país. A escolas publicas americanas, sofrem sérios problemas, e recebem baixas notas para um país desenvolvido. Além disso, escolas em zonas periféricas, sofrem em muitas cidades com ondas de violência, gangues e drogas. Escolas privadas, possuem notas altas, e servem como mais uma ferramenta de divisão de classes, já que somente uma pequena elite se forma nessas escolas, aproximadamente 9% da população de jovens em idade escolar.

No game o jogador tem a opção de frequentar aulas de algumas matérias como - Inglês, Matemática, Biologia, Artes, Educação Física e Química. Essas aulas nada acrescentam para a personalidade do personagem principal, que apenas ganha habilidades para o game, e alguns itens. Assim como em muitos países, o ensino público americano, é voltado para a formação da classe trabalhadora, e exige apenas a absorção de algumas habilidades voltadas ao mercado de trabalho, ao invés de fomentar o senso critico e formar futuros pensadores. A escola em Bully, é demonstrada como um local de exclusão, segregação e corrupção, refletindo certas realidades da educação americana que poucos gostam de comentar. Como a facilitação que os alunos membros dos times possuem nas matérias, por parte dos professores, já que os campeonatos escolares são por vezes até televisionados nos EUA. E o fato de alguns professores, criarem divisões entre os alunos, e ignorarem os abusos cometidos entre eles.

RUSSEL! ESMAGA!

Muito foi comentado de que o game incitava o comportamento que ficou conhecido como "bulling". No entanto, os disseminadores dessas criticas, membros de grupos conservadores parecem não levar em conta os fatores sociais que levam um garoto ou garota, a cometer atos violentos, sejam eles verbais ou físicos. No game a maioria dos Bullies são jovens problemáticos, com famílias desestruturadas ou fortes traumas. É possível ouvir alguns desses jovens, falando coisas como "por que eu acho garotos bonitos", ou comentado à respeito da ausência de suas famílias, claro que tudo isso em tom satírico. O próprio protagonista, Jimmy sofre com a ausência de sua mãe, uma viuvá que não para em um casamento sequer e negligencia Jimmy por completo. O sistema competitivo das escolas também geram os comportamentos agressivos, onde os jovens tentam de todas as formas serem melhores do que os outros.

Bully como uma sátira, cospe de volta na cara da sociedade, toda sua podridão e suas contradições, por isso o game foi tão criticado, e por isso o game é tão amado por seus fãs, que aguardam ansiosamente uma continuação (inclusive eu).




Histórias de Fantasia são Racialistas? Parte Final - "Disney: O Mundo Encantado do Racismo"
"Canção do Sul" de 1946, lançado somente em VHS, e banido dos cinemas devido ao seus temas racistas
TEXTO DE GABRIEL LIMA

Nas duas ultimas partes dessa série, analisamos histórias de fantasia consideradas adultas. Mesmo "O Senhor dos Anéis" se caracterizando como uma história livre de público, devido a sua complexidade o mesmo é mais apreciado por uma audiência adulta. Mas e quanto as histórias voltada para as crianças? Elas estimulam o pensamento racista?

Hoje em dias as Histórias de fantasia voltadas para crianças tem se concentrado nos filmes de animação, principalmente das duas gigantes do ramo, Disney e Dreamworks. Ambas americanas, destilam ideologias estadunidenses para o mundo todo, focando o publico infantil. A mais antiga delas, a Disney tem um histórico obscuro quanto ao racismo. Várias produções da empresa, principalmente pré década de 50, possuíam temas e narrativas racistas com personagens estereotipados. Embaixo listamos alguns desses

CANNIBAL CAPERS, 1933 (DISNEY)



Neste curta animado da Disney, nativos africanos são demonstrados como selvagens e canibais. A sua constituição física também degradante, da uma impressão de "deformação" e exacerbação de determinadas características, como as barrigas grandes, e os beiços desproporcionais. Esse desenho foi feito em uma época onde as ideias racialistas ainda eram muito fortes. Nos Estados Unidos ainda se mantinha o regime de segregação aos negros no sul e em vários outros estados. Em países da Europa cresciam cada vez mais as ideologias raciais, não somente na Alemanha, como alguns acham.

FANTASIA 1940



No filme Fantasia, a Disney se deu ao trabalho de criar uma raça de Centauros negros com esteriótipos físicos, que serviam os Centauros brancos. Precisa mais do que isso?

DUMBO 1941



Os corvos no filme Dumbo foram propositalmente feitos para lembrarem afro-americanos, no entanto, de forma estereotipada e degradante.

ALADDIN 1992

  
Lançado no contexto da guerra do Golfo Pérsico, Aladdin mostra as populações árabes como salvagens e bárbaros. Em uma das muitas canções do filme, é dita a frase "Where they cut off your ear if they don’t like your face./It’s barbaric, but hey./It’s home” (Onde eles cortam sua orelha se eles não gostarem da sua cara./ É bárbaro, mas ei. É nosso lar).

O LIVRO DA SELVA 1967



No filme O Livro da Selva, a empresa atingiu um grau de escrotidão inimaginável ao demonstrar os macacos no filme, com claros esteriótipos negros, desde o comportamento, até a aparência.

Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que podemos dar em relação a racismo em produções infantis de fantasia. Outros produções de outras empresas, e outros países, dispersam ainda esteriótipos para as populações. No entanto, quando essas ideologias são passadas para crianças, o assunto é mais complicado. Incapazes de perceber a intenção por trás de tal imagens, os pequenos apenas absorvem inconscientemente o que está sendo passado. Nada aqui de baboseira sobre mensagens subliminares, que se tornaram famosas na internet, o racismo nessas produções é algo tangível e execrável.

QUER SABER MAIS?
















A cantora Elis Regina completaria 70 anos dia 17 de março. E para homenagear o talento da artista, serão realizados dois shows no Anhembi, nos dias 23 e 24 de maio.


Serviço:

“Elis, 70 Anos”
Data: 23 e 24 de maio de 2015.
Horário: dia 23 às 21h, e dia 24 às 20h.
Local: Auditório Economista Celso Furtado (Anhembi)
End.: Avenida Olavo Fontoura, 1209 – Santana.
Preço: de R$ 125 (meia) a R$ 480 (inteira).Tel.: (11) 2027-0777

TEXTO DE GABRIEL LIMA

Quantas vezes esse tema já não foi abordado na literatura, no cinema e nos videogames. Podemos citar aqui alguns exemplos bem conhecidos; "O Exterminador do Futuro", "Matrix", "Eu, Robo", "Mass Effect" e entre muitos outros. Todas essas histórias abordam uma possível guerra entre orgânicos e mecânicos, humanos e maquinas. Mas de onde emergiu esse pensamento?

GOLEMS E GIGANTES DE BARRO


Muitos mitos antigos já mencionavam criaturas inorgânicas criadas pelo homem ou pelos deuses para servi-los em suas necessidades. Essas criaturas muitas vezes feitas de barro, bronze ou ferro, eram movidas por uma alma, colocada em seus corpos através de magia.  No Talmud, um texto Judaico escrito entre 200 d.C e 500 d.C, Adão teria sido inicialmente criado como um Golem. Todos os Golens nas tradições judaicas, eram concebidos através do barro e do material divino, e não possuíam o dom da fala.

Durante anos o misticismo judaico estudou os textos da Torá ou do Talmud, em busca de uma forma de se criar um Golem. Por volta de 1630 e 1650, um rabino chamado Eliyahu, clamava ter criado um Golem. Segue abaixo o relato de um cabalista polonês contemporâneo a Eliyahu:

E eu ouvi, em um certo e explicito tom, de várias personalidades respeitaveis que um homen vivendo proximo ao nosso tempo, o qual o nome  é R. Eliyahu, o mestre do nome, que fez uma criatura à partir da matéria e forma, e aquilo realizou trabalhos pesados para ele, por um longo periodo, e o nome Emet estava pendurado em seu pescoço, até que ele finalmente o removeu por alguma razão o nome de seu pescoço e virou pó.(Idel, Moshe (1990)
O modo como o golem e apresentado, servindo ao seu mestre em trabalhos pesados, se assemelha em muito ao modo como vemos os robôs hoje em dia. No episódio "O Segundo Renascer: Parte 1 de  "Animatrix", os robôs eram utilizados na construção e em atividades periculosas. No game "Mass Effect", os Geth, foram criados pela raça alienígena dos "Quarians" para ajuda-los em tarefas árduas.

Durante o periodo moderno, vários outros cientistas, engenheiros e mecânicos, tentariam criar um ser artificial, utilizando a tecnologia de sua época. Essa pratica claramente influenciada por mitos antigos e a propria noção da raça humana como criação "à partir do barro", segundo a tradição judaico-cristã, influenciaria por anos o pensamento literário.

O MONSTRO DE MARY SHELLEY

Mary Shelley
Em 1818 seria publicado o livro "Frankenstein; or, The Modern Prometheus", da escritora inglesa Mary Shelley. Em seu livro uma criatura é concebida através de métodos antiéticos e grotescos, pelo jovem estudante de ciência Victor Frankenstein. O livro repleto de temas filosóficos, no tocante a criação e o relacionamento da criatura com seu criador, influenciou e continua à influenciar a literatura. Mary em um discurso certa vez, comparou o monstro de Frankenstein com Adão, citando uma passagem do livro "Paraíso Perdido" de John Milton.

E eu requisitei à ti, criador, que do meu barro
Me moldar homen? Eu solicitei a ti
Da escuridão tu me promovestes.

O conflito inerente entre criatura e criador, estava em grande evidencia no trabalho de Mary Shelley, e viria a influenciar as histórias sobre os seres mecânicos que tanto habitam nosso imaginário.

O PRIMEIRO "ROBÔ"

O termo robô foi utilizado pela primeira vez para denotar um automata fictício, pelo escritor tcheco Karel Capek. A palavra Robõ vem do idioma tcheco e significa "servo".

O robô de Eric


Um dos primeiros robôs humanoides a serem apresentados, foi o robô de Eric, na exibição anual da Sociedade de Engenheiros de Londres. O robô consistia de um corpo solido de alumínio, e onze eletroímãs movidos por um motor de 12 volts, que moviam sua cabeça e seus braços, por controle remoto. 

Dai para frente a industria iria se apropriar das invenções dos engenheiros, e conceberiam centenas de maquinas programadas, que construiriam carros e realizariam funções diversas. O avanço das tecnologias de informação, levariam a criação de computadores, baseados na "Maquina de Turing", e novas tentativas de criar um robô com inteligencia artificial surgiriam, influenciando os escritos de Isaac Asimov, que por sua vez influenciaria toda uma geração de escritores de ficção cientifica.

OS ROBÔS DE HOLLYWOOD

A literatura possui um poder magnifico, ao moldar as ideologias e os pensamentos de uma época, e a noção de uma maquina se rebelando contra os seres humanos não escapa disso. Durante a segunda metade do século XX, as produções cinematográficas hollywoodianas iriam inundar o mundo com o pensamento americano. Várias produções, influenciadas pela literatura, demonstravam robôs conscientes, e muitas vezes rebeldes. Para não prolongar nossa discussão, citaremos aqui talvez o exemplo mais conhecido, o computador de bordo da Discovery no filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço", o famoso HAL 9000.

Ao se rebelar contra os tripulantes da espaçonave, HAL age como um humano, tentando desesperadamente se salvar de um possível desligamento por mal funcionamento. HAL, ao olhar de Kubrick, é uma alegoria do avanço cientifico e da mecanização da vida

Após o impacto do filme de Stanley Kubrick, Hollywood contrairia uma "febre robótica" e centenas de filmes abordando tema sairiam, alguns ridículos e extremamente "toscos" em essência, e outros que levantaram questões significativas e entreteram as multidões, como o T -800 de "O Exterminador do Futuro". Entre outros podemos citar também Blade Runner.

HUMANOS = VÍRUS - ROBÔS = CURA

Durante os últimos quarenta, cinquenta anos novas visões acerca da humanidade tem sido debatidas em constância. Uma visão menos humanista e mais ecológica, tem ganhando a atenção de vários pensadores. A antiga noção de que a raça humana era "detentora" do planeta e de suas formas de vida, vem caindo por terra. A causa principal e a degradação do meio ambiente, causada pelo avanço industrial, que causa, além de outros resultados, o aquecimento global. Essas visões moldariam o pensamento de vários literários e jovens escritores, que deixariam de "endeusar" a especie humana, e começariam a demonstra-la como algo falível e potencialmente destrutivo.

T-800 e John Connor

O filme de James Cameron "O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final", aborda essa questão, mostrando que ao contrário do que se pensava, foram os seres humanos em sua cobiça que iniciaram sua própria destruição. No filme o personagem de Arnold Schwarznegger, um robô reprogramado e enviado para o passado para salvar o líder da resistência humana John Connor, passa por um processo de humanização, aprendendo a "amar" e a proteger. No final do filme, em uma fala profética a mãe de Connor, Sarah comenta que "Se uma maquina pode aprender a amar, talvez um dia nos conseguiremos fazer o mesmo".

No filme "Matrix", o antagonista Smith, um agente das maquinas, faz um discurso bastante sombrio sobre a humanidade. Smith compara os seres humanos à um vírus, que migra de corpo em corpo os destruindo. Essa visão bastante influenciada pelo Zeitgeist (espirito da época), onde a humanidade, falível e volátil, acabaria por se destruir. 

O MITO

Como podemos ver através dessa análise, o mito de uma possível "revolução das maquinas" tem mais a ver com nós mesmos, do que com simples robôs. A ideia de que continuaremos avançando eternamente e um dia nos tornaremos "deuses" ao ponto de realizarmos o ato da criação, e o ponto inicial de todas as tentativas de se criar uma inteligencia artificial. Em nossa busca por avanço tecnológico, destruímos boa parte do planeta e somente agora estamos nos dando conta disso. Uma maquina em sua infinita sabedoria e capacidade de pensar, logo através de uma equação simples e rápida decidiria que os seres humanos seriam incapazes de viver em comunhão com o planeta e consigo mesmos, e os destruiria. Mas tal maquina ainda não existe, e a noção de que somos seres destruidores e um mal para o planeta, advém de nossas próprias mentes. "Ó trágico momento, em que nos tornamos os vilões de nossas próprias histórias". Que esse momento sirva de reflexão.

"OH DAISY!"
















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