Deus existe? Uma análise sobre o mito do deus Judaico-cristão - Parte 2

Conforme vimos no post anterior, a figura do deus Judaico-cristão, emerge de várias vertentes religiosas similares. A religião semítica, e o seu deus patrono das chuvas, que aos poucos se tornou o senhor do panteão hebreu. As influencias persas no molde da religião judaica monoteísta, e os mitos sumérios de criação e diluvio que figuram na Torá (ou, velho testamento). Nessa segunda, e penúltima parte, vamos analisar as transformações que o deus judaico-cristão passou, através dos séculos de desenvolvimento da religião cristã.

RELIGIÃO ANTI-ROMA

A religião cristã surge, ironicamente, como um segmento ideológico do judaísmo, que se dividia no século I d.C, em diversas correntes de pensamento. Entre alguns desses grupos de pensamentos, podemos citar os ascetas. Vivendo isolados do restante da população, os ascetas esperavam pela vinda do Apocalipse, ou fim dos tempos, e a chegada do "messias" que iria livrar os judeus das garras do império romano. Durante esse período diversas revoltas se sucederam, culminando na destruição do segundo templo em 70 d.C. Essas revoltas eram insufladas pela "exploração" romana na região, conhecida como Judeia. 

Muro das lamentações; o que sobrou do segundo templo

Acontece que a província da Judeia, era uma região de pouco interesse romano, diferente do que pensa o senso comum, ou a visão de alguns religiosos. Parte da "revolta" dos habitantes dessa região, advém de ideias nacionalistas e de raça, afinal os judeus se consideravam o povo "eleito", o que contrariava a visão cosmopolita de roma. Dentro desse contexto, vemos o surgimento dos ascetas, e entre eles, algumas figuras de historicidade duvidosa, como Jesus e João Batista.

Ao pregarem a vinda de um salvador que os livraria da "perseguição" romana, alguns judeus iam contra os interesses romanos, e por seus atos que "perturbavam a ordem publica" tão apreciada dos romanos, logo despertou o ódio das autoridades. Muitos morreram por suas crenças, e apenas alguns foram lembrados, entre eles; Jesus Cristo de Nazaré.

FIGURA HISTÓRICA OU MITO?

Em todas as formas de protesto existem lideres, e entre eles, alguns são lembrados de forma quase divina. Em tempos modernos vemos alguns casos de "idolatria" de lideres, cito alguns; Ernesto Che Guevara, Karl Marx, Getúlio Vargas, e para alguns de orientação neo-nazi, Adolf Hitler.

Altar domiciliar em homenagem a Hugo Chaves,
considerado um santo por muitos venezuelanos
O que tornaria Jesus diferente de todos esses lideres "canonizados"? A resposta depende de uma análise conceitual. Vamos começar com o nome, Jesus Cristo. Jesus advém da palavra hebraica "Yeshua", que significa "salvação", "salvador" ,entre outros. A palavra Jesus, e a latinização da palavra grega "Iesus", que é uma helenização da palavra Yeshua. Vemos então que o nome, Jesus, significa exatamente aquilo que ele é, "o escolhido", isso não é um nome, e sim um titulo. Logo vemos que Jesus nunca foi nomeado na bíblia, já que seu nome é um titulo, que lhe cabe com uma conveniência duvidosa.

E quanto "cristo", o que significa? Cristo vem do grego, "KHRISTOS", que é a tradução da palavra "Messiah", que por sua vez significa "o escolhido", o "ungido". Através dessa análise, podemos observar que o nome, Jesus Cristo, é um titulo, dado à uma possível liderança judaica no século I d.C, que possivelmente morreu, mas se manteve vivo na mente de seus seguidores, que ao longo dos anos, foram discutindo sua vida no famoso termo "telefone sem fio", e gradativamente deturparam sua história, e "santificaram" sua imagem.

Reconstrução de um possível Jesus Histórico
Os seguidores de cristo, de primeira, não o creditavam como filho de deus, apenas como um "escolhido", um enviado especial. Mas durante os primeiros séculos de sua existência, o cristianismo iria transformar a figura de um possível líder martirizado, em um "deus", ao lado de Javé, e do espirito-santo. O fato é, não possuímos nenhuma prova da existência de Jesus, ou de que sua vida narrada nos evangelhos tenha realmente acontecido. Mas sabemos que existiu um líder, ou, um grupo de lideres, que transformaram o judaísmo asceta, em uma nova forma de religião.



E QUANTO A DEUS?

O deus impiedoso do velho testamento, não iria deixar de ser impiedoso, mas sua postura diante de alguns tópicos mudaria. O deus do novo testamento ainda é pune severamente aqueles que lhe contradizem, mas, também perdoa, um fato novo para deuses no mundo antigo. Parte dessa noção cristã de um deus bondoso, e de uma religião que estimula a caridade e a boa convivência, pode ter vindo da religião zoroastrista, ainda forte e vibrante no império persa. Ideologias hinduístas e budistas, também circulavam pelo oriente médio, e provavelmente foram ouvidas por seguidores de Jesus.

Deus em conjunto com seu espirito santo (provável influencia semita, onde o espirito santo seria o "liquido dos deuses, representado no cristianismo como a água, usada no batismo), e seu filho Jesus, compunham e compõe, a trindade cristã. Jesus e Javé, se fundem e se transformam em uma mesma criatura, depois de inúmeras "invenções teológicas" durante os diversos concílios realizados no império romano, e pós-império. Podemos observar com as ideias apresentadas nesse texto, e no post anterior, que a figura do deus judaico-cristão, e uma transformação dos deuses semíticos das chuvas e do céu. Jesus, um personagem sem nenhum fundamento histórico, a não ser suas ideologias, se dissipa perante qualquer analise critica de sua existência, segundo os evangelhos.    

Se você curtiu esse post, veja o anterior clicando aqui. Fique atento para a próxima parte, e ultima, onde abordarei as descobertas cientificas que refutam a existência de deus.

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1 comentários
  1. Essa é uma questão de simples resposta: no mundo real deus não existe, o que existe é a crença em deus. No mundo mental vai das necessidades de vada um.

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Deus existe? Uma análise sobre o mito do deus Judaico-cristão - Parte 2

10:47


Conforme vimos no post anterior, a figura do deus Judaico-cristão, emerge de várias vertentes religiosas similares. A religião semítica, e o seu deus patrono das chuvas, que aos poucos se tornou o senhor do panteão hebreu. As influencias persas no molde da religião judaica monoteísta, e os mitos sumérios de criação e diluvio que figuram na Torá (ou, velho testamento). Nessa segunda, e penúltima parte, vamos analisar as transformações que o deus judaico-cristão passou, através dos séculos de desenvolvimento da religião cristã.

RELIGIÃO ANTI-ROMA

A religião cristã surge, ironicamente, como um segmento ideológico do judaísmo, que se dividia no século I d.C, em diversas correntes de pensamento. Entre alguns desses grupos de pensamentos, podemos citar os ascetas. Vivendo isolados do restante da população, os ascetas esperavam pela vinda do Apocalipse, ou fim dos tempos, e a chegada do "messias" que iria livrar os judeus das garras do império romano. Durante esse período diversas revoltas se sucederam, culminando na destruição do segundo templo em 70 d.C. Essas revoltas eram insufladas pela "exploração" romana na região, conhecida como Judeia. 

Muro das lamentações; o que sobrou do segundo templo

Acontece que a província da Judeia, era uma região de pouco interesse romano, diferente do que pensa o senso comum, ou a visão de alguns religiosos. Parte da "revolta" dos habitantes dessa região, advém de ideias nacionalistas e de raça, afinal os judeus se consideravam o povo "eleito", o que contrariava a visão cosmopolita de roma. Dentro desse contexto, vemos o surgimento dos ascetas, e entre eles, algumas figuras de historicidade duvidosa, como Jesus e João Batista.

Ao pregarem a vinda de um salvador que os livraria da "perseguição" romana, alguns judeus iam contra os interesses romanos, e por seus atos que "perturbavam a ordem publica" tão apreciada dos romanos, logo despertou o ódio das autoridades. Muitos morreram por suas crenças, e apenas alguns foram lembrados, entre eles; Jesus Cristo de Nazaré.

FIGURA HISTÓRICA OU MITO?

Em todas as formas de protesto existem lideres, e entre eles, alguns são lembrados de forma quase divina. Em tempos modernos vemos alguns casos de "idolatria" de lideres, cito alguns; Ernesto Che Guevara, Karl Marx, Getúlio Vargas, e para alguns de orientação neo-nazi, Adolf Hitler.

Altar domiciliar em homenagem a Hugo Chaves,
considerado um santo por muitos venezuelanos
O que tornaria Jesus diferente de todos esses lideres "canonizados"? A resposta depende de uma análise conceitual. Vamos começar com o nome, Jesus Cristo. Jesus advém da palavra hebraica "Yeshua", que significa "salvação", "salvador" ,entre outros. A palavra Jesus, e a latinização da palavra grega "Iesus", que é uma helenização da palavra Yeshua. Vemos então que o nome, Jesus, significa exatamente aquilo que ele é, "o escolhido", isso não é um nome, e sim um titulo. Logo vemos que Jesus nunca foi nomeado na bíblia, já que seu nome é um titulo, que lhe cabe com uma conveniência duvidosa.

E quanto "cristo", o que significa? Cristo vem do grego, "KHRISTOS", que é a tradução da palavra "Messiah", que por sua vez significa "o escolhido", o "ungido". Através dessa análise, podemos observar que o nome, Jesus Cristo, é um titulo, dado à uma possível liderança judaica no século I d.C, que possivelmente morreu, mas se manteve vivo na mente de seus seguidores, que ao longo dos anos, foram discutindo sua vida no famoso termo "telefone sem fio", e gradativamente deturparam sua história, e "santificaram" sua imagem.

Reconstrução de um possível Jesus Histórico
Os seguidores de cristo, de primeira, não o creditavam como filho de deus, apenas como um "escolhido", um enviado especial. Mas durante os primeiros séculos de sua existência, o cristianismo iria transformar a figura de um possível líder martirizado, em um "deus", ao lado de Javé, e do espirito-santo. O fato é, não possuímos nenhuma prova da existência de Jesus, ou de que sua vida narrada nos evangelhos tenha realmente acontecido. Mas sabemos que existiu um líder, ou, um grupo de lideres, que transformaram o judaísmo asceta, em uma nova forma de religião.



E QUANTO A DEUS?

O deus impiedoso do velho testamento, não iria deixar de ser impiedoso, mas sua postura diante de alguns tópicos mudaria. O deus do novo testamento ainda é pune severamente aqueles que lhe contradizem, mas, também perdoa, um fato novo para deuses no mundo antigo. Parte dessa noção cristã de um deus bondoso, e de uma religião que estimula a caridade e a boa convivência, pode ter vindo da religião zoroastrista, ainda forte e vibrante no império persa. Ideologias hinduístas e budistas, também circulavam pelo oriente médio, e provavelmente foram ouvidas por seguidores de Jesus.

Deus em conjunto com seu espirito santo (provável influencia semita, onde o espirito santo seria o "liquido dos deuses, representado no cristianismo como a água, usada no batismo), e seu filho Jesus, compunham e compõe, a trindade cristã. Jesus e Javé, se fundem e se transformam em uma mesma criatura, depois de inúmeras "invenções teológicas" durante os diversos concílios realizados no império romano, e pós-império. Podemos observar com as ideias apresentadas nesse texto, e no post anterior, que a figura do deus judaico-cristão, e uma transformação dos deuses semíticos das chuvas e do céu. Jesus, um personagem sem nenhum fundamento histórico, a não ser suas ideologias, se dissipa perante qualquer analise critica de sua existência, segundo os evangelhos.    

Se você curtiu esse post, veja o anterior clicando aqui. Fique atento para a próxima parte, e ultima, onde abordarei as descobertas cientificas que refutam a existência de deus.

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  1. Essa é uma questão de simples resposta: no mundo real deus não existe, o que existe é a crença em deus. No mundo mental vai das necessidades de vada um.

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