Se você gostou de nossas séries de artigos, "Deus existe?" e "Histórias de Fantasia são Racialistas?", estamos preparando mais uma rodada de assuntos para abordar de forma mais longa e detalhada. Conforme esses artigos levam tempo para ficarem prontos, por exigirem pesquisas e detalhes científicos, o ritmo em que as mesmas saem é semanal. Semana que vem uma nova série sera postada, intitulada " A vida urbana e a crise do espirito", onde faremos uma análise do surgimento das religiões de "espirito" como o cristianismo, o budismo, o zoroastrismo e o maniqueísmo no contexto de períodos de forte urbanização, e veremos como o crescimento das religiões pentecostais no Brasil, está ligada à esse fenômeno social. Utilizaremos também a antropologia e a neurociência para explicar o que leva a mente humana a perseguir essas religiões.

PRIMEIRO POST: 28/04

SEGUNDA PARTE: 05/05

TERCEIRA PARTE: 12/05

VEJA NOSSAS OUTRAS SÉRIES:

Deus Existe? PARTE 1 - PARTE 2 - PARTE 3

Histórias de Fantasia são Racialistas? PARTE 1 - PARTE 2 - PARTE 3


Texto de Gabriel Lima

No período antigo, filósofos e pensadores já se indagavam sobre a possibilidade da existência de seres vivos em outros planetas. Muitos postularam teorias acerca da composição ou possível forma desses seres, mas, o que diferenciava essa crença arcaica em seres extraterrestres da de hoje em dia, é a ausência de pensamento cientifico. Os nórdicos, por exemplo, criam na existência de vários "mundos" habitados por raças diferentes (elfos, elfos negros e etc). Essa crença em mundos misticos paralelos se distancia da atual crença e do atual conjunto de crenças que se originaram à partir da ideia cientifica sobre vida extraterrestre. 

Como esse texto se direciona à uma análise mitológica e folclórica acerca da vida extraterrestre, nos focaremos apenas nos segmentos culturais e literários que abordam essa temática. Portanto fica claro que não é nossa intenção defender ou criticar a existência ou a inexistência de formas de vida alienígenas.

"UMA HISTÓRIA VERDADEIRA" DE LUCIANO SAMÓSATA


Podemos creditar a obra de Luciano como uma das mais antigas obras de ficção cientifica, Em seu livro o mesmo conta um episodio, onde seu barco teria sido levado até a Lua por uma fonte, e lá encontrou habitantes que estavam em guerra contra o povo do Sol. Essas duas populações alienígenas estavam em guerra devido a tentativa de colonização da estrela vespertina, ou seja , o planeta Vênus. 

Essa história definitivamente não verdadeira de Samósata, possui fortes influencias de seu período histórico. O mesmo viveu no século II d.C, período em que o império romano disputava territórios com o império Persa com cada vez mais frequência. O texto de Luciano carrega muitas bizarrices em si, e vale uma leitura para quem se interessar.


VISÕES MODERNAS SOBRE A VIDA EXTRATERRESTRE

Durante o período moderno, novas ideias surgiram nos mais diversos campos, desde o pensamento filosófico até a Química. Com a adoção do modelo Heliocêntrico e os estudos mais complexos acerca do sistema solar, cientistas, pesquisadores e literários como Kepler e   Bernard le Bovier de Fontenelle exploraram o imaginário desse novo ambiente, e o enriqueceram com criaturas e sociedades distintas. No livro Somnium de Kepler, seu protagonista e transportado para à Lua por demônios. Mesmo com o tom fantasioso da História, a apresentação das criaturas lá existentes e a geografia do local, são genuinamente pertencentes ao gênero da ficção cientifica.
f

Outros autores modernos que abordaram a possibilidade da existência de formas de vida extraterrestres em seus trabalhos foram; Henry More e John Milton. Esses autores influenciados por seu período histórico e as ideias circulantes no período, imaginavam um universo povoado de seres quase misticos em essência, se assemelhando muitas vezes a populações africanas ou do extremo Oriente.


INICIO DO SÉCULO XX

Na primeira metade do século XX, devido às novas formas de comunicação uma enorme quantidade de revistas, livros, filmes e radionovelas seriam produzidas com a temática extraterrestre. Essas produções muito procuradas pelo publico urbano e alfabetizado, geraria uma verdadeira febre cultural. Entre os principais precursores desse movimento podemos citar, H.G Wells, Olaf Stapledon e Edgar Rice Burroughs. Primeiramente esses autores se utilizavam de figuras antropoformes para popular seus planetas fictícios, com pequenas diferenças entre si. Logo essa ideia cairia por terra devido a impossibilidade de uma evolução paralela que acarretasse em formas de vida tão similares, no entanto essa ideia continua ainda em uso, mesmo em filmes como Alien e Avatar, os alienígenas são em essência antropoformes. 

Com advento da TV e do cinema popular Hollywoodiano, uma centenas de filmes de ficção cientifica seriam lançados à cada década e influenciariam aos poucos o pensamento dos jovens. A exploração estadunidense e soviética no espaço levaria à uma corrida não só politica, mas também ideológica. Os russos utilizavam a ideia de progresso da causa comunista, e os americanos se utilizavam do cinema e de sua cultura de massa para inculcar na mente da população noções sobre a necessidade da exploração espacial (logo aumento de impostos e verba da NASA) e a existência de civilizações alienígenas potencialmente amigáveis ou agressivas. Filmes como Star Wars e Star Trek, influenciaram jovens que hoje são cientistas e pesquisadores, e ajudam na busca de evidencias sobre a existência de formas de vida alienígenas. 





O MISTERIOSO DESCONHECIDO


Durante a idade da pedra, os humanos acreditavam que as florestas e as cavernas eram habitadas por seres e espíritos fantásticos, o desconhecido, o caótico logo ganhava novas cores e uma ordem estabelecida com essas criaturas. Essas criaturas imaginativas e fantasiosas, serviam como um alerta e ao mesmo tempo como um mecanismo de aproximação com esses territórios desconhecidos. Logo em nossa época onde boa parte dos seres humanos vivem em cidades e se distanciam cada vez mais do meio natural, nosso olhar imaginativo e misterioso se volta para cima. Inúmeras religiões e cultos modernos, mesclam elementos de religiões antigas, com elementos de ficção cientifica, entre elas podemos citar a mais conhecida pelo publico, a Cientologia americana. Essas religiões e esses cultos, são produtos da época em que vivemos, onde o mistério se deslocou das florestas e das cavernas, para a imensidão do espaço acima de nós. O fato é que ainda não existe nenhuma comprovação cientifica acerca da existência de vida extraterrestre, mas os cientistas estão cada vez mais próximos. A Exobiologia vem estudando como moléculas de Carbono complexas, podem se formar em nebulosas e nuvens de gases, produzidas por Supernovas.

Os inúmeros casos veiculados pela mídia de supostos raptos de pessoas por "aliens", também não podem ser levados à serio, já que não existem indícios para tanto. Ainda, muitos dos que clamam terem sido abduzidos, se utilizam da fama gerada por noticias sensacionalistas, para vender livros e aparecer em programas de TV. O fato é que as histórias que hoje contamos sobre o espaço, são novas formas de mitologia e lendas, com um toque de modernidade e tecnologia. Assim como Ulisses viajou pelo Mar Egeu por dez anos tentando achar o caminho de casa, Luke Skywalker, Shepard, e outros tantos personagens fictícios desbravam o desconhecido moderno, o espaço.




















Texto de Gabriel Lima
Fontes: Scientific American Brasil, Miguel Nicolelis

Ele tem o seu mesmo DNA, seus mesmos genes, sua aparência e até poderá ter as mesmas doenças que você. Então o seu clone, seria você?

"SER OU NÃO SER"

A resposta pra essa pergunta é um simples e direto não, mas a explicação do porque não é mais complicada. Para começar é difícil definir o que é "ser" em termos físicos e biológicos. Os átomos que atualmente fazem parte do seu corpo, não são os mesmos que "você" tinha à cinco anos atrás, nesse período o seu corpo simplesmente se reconstruiu através da matéria que você consumiu. Lembra aquele churrasco que você teve com seus amigos em 2010, provavelmente aquele espetinho de porco, compõe hoje, alguma parte de seu corpo. Para falar a verdade o tempo todo estamos expulsando e absorvendo matéria, seja pela ingestão de alimentos, ou pela respiração. Se em média uma pessoa vive 80 anos, então ela terá trocado totalmente de átomos, cerca de 16 vezes ao longo da vida. Veja o escritor desse artigo mesmo, com apenas 22 anos, um jovem apenas, já teria segundo esse calculo trocado totalmente de átomos cerca de 5 vezes, isso sem contar o período de crescimento entre os 0 e 8 anos e a puberdade. Então quem sou eu?

Biologicamente as coisas ainda não são animadoras para o eu. Nosso corpo é composto de bilhões de células, mais do que as estrelas da Via Láctea. Cada uma dessas células realizam funções diversas no corpo e possuem formas diferentes. No topo da hierarquia das células se encontram as células nervosas, ou neurônios, que comandam o sistema nervoso do corpo, e outros tantos sistemas. Quando pensamos em comer sorvete, nossos neurônios pensaram antes de nós. Quando vemos aquele conhecido na rua, e esquecemos o nome do fulano, nosso cérebro inicia uma verdadeira força tarefa digna de repartições publicas para encontrar os dados daquele tal conhecido anonimo. Pouco fica no controle do "eu" que nada mais é biologicamente e neurologicamente falando, do que a soma de todas as células trabalhando em conjunto. A consciência, o "eu" é a ponta do Iceberg.

VOCÊ PENSA, LOGO EU EXISTO?

Como animais sociais, vivemos em grandes e complexos grupos. Segundo a neurociência a consciência surge da necessidade de entender o outro e de entender à si mesmo. Já comentamos sobre isso no post teoria da mente à algum tempo atrás. Imaginamos uma situação bastante corriqueira para qualquer primata que se de o respeito de assim ser chamado. Você vai entrar em um novo grupo social (faculdade, escola, trabalho ou cidade), e não sabe como se comportar, você vai sentir aquela "boa" e velha timidez, e vai sorrir desconfortavelmente pelo resto do dia, até começar à se acostumar com a ideia. Essa experiencia mostra como somos suscetíveis ao olhar do outro, e como nossas mentes estão voltadas para o exercício da sociabilização. Ademais, nosso comportamento, nossos trejeitos, nossa fala e boa parte de nossos pensamentos, não advêm de nos mesmos, e sim de outros. Falamos a linguá portuguesa porque nossos país assim nos ensinaram. Vestimos de uma determinada maneira, porque assim nos acostumaram. Assistimos determinados filmes, e lemos determinados livros, de acordo com nossas vivencias. Isso explica por que as vezes dois irmãos gêmeos univitelinos, podem ser tão diferentes. "Então se nada do que eu penso, vem de mim, repito a pergunta, quem diabos sou eu?"

A resposta para essa pergunta, e a do clone, são basicamente as mesmas. Um clone não seria você, porque o mesmo seria composto de átomos diferentes, e provavelmente ao longo da vida trocaria seus átomos, por outros átomos que você jamais teria. Dependendo de sua vida, sua alimentação, o clone poderia ser diferente de você mesmo tendo os mesmos genes, já que eles seriam utilizados de formas diferentes. As vivencias sociais também o moldariam diferente de você, caso você ele fosse criado por uma família conservadora e você por anarquistas ateus, o comportamento de um pareceria alienígena para o outro.

A resposta para o "quem sou eu?" é simples, você é à cada 5 anos uma massa de átomos diferentes que realizam funções químicas no ambiente, esses átomos se organizam em moléculas, essas moléculas em proteínas e essas proteínas em células. Essas células vivem em constante troca química com o meio ambiente e seu comportamento é baseado no seu código genético. Essas células logo compõe o que você se chama de eu. Seus sistema nervoso, um grupo de células que respondem ao meio, absorvem as informações externas e moldam aos poucos o seu comportamento, seus gostos, seus vícios, seus ódios e seus amores. Somos uma metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas, e para quem aprecia à natureza, isso é mais belo do que achar que somos "providencia divina, feita em carne".

GOSTOU DO POST? COMPARTILHE NOS LINKS ABAIXO E AJUDE NOSSO SITE



TEXTO DE GABRIEL LIMA

Existem atualmente 7 bilhões de pessoas no planeta Terra, e esse numero aumenta à cada dia que passa. Números como esse mostram que nossa especie gosta de se reproduzir e se multiplicar como todas as outras, mas de longe não somos em quantidade, a maior especie do planeta. Somos em números a maior especie primata em existência e um dos mais dispersos mamíferos do planeta. Mas por que gostamos tanto assim de se multiplicar? Por que fazemos sexo? E afinal o que nos leva a fazer sexo só com uma pessoa por longos períodos?

É TUDO GENÉTICA 

Para começar, o sexo não é nada mais nada menos do que a mistura de dois materiais genéticos diferentes, geralmente carregados por dois sexos diferentes - macho e femeá. Essa mistura de traços genéticos, leva à uma variedade maior de características, que são vantajosas aos indivíduos quando expostos ao meio. Um grande variação genética, pode proteger uma especie de doenças e vírus, e também abrir centenas de possibilidades evolutivas, já que cada população possui traços próprios. No caso dos Homo Sapiens, essa diferenciação genética gera diferenças no tom da pele, no formato do corpo e na produção de determinados hormônios. Vale ressaltar, que apesar de essas diferenças parecerem grandes, em termos genéticos elas são minusculas e não indicam uma separação da especie Homo Sapiens em raças, como já foi acreditado em séculos passados (e infelizmente até hoje em dia).

O OVO, A GALINHA OU O ESPERMA DO GALO?

Quando surgiu o sexo? Cientistas acreditam que tenha surgido à cerca de 1 bilhão de anos, as circunstancias são ainda motivos de debate, mas a principal teoria e que o sexo surgiu, como citado acima, para criar organismos mais diversificados e adaptados ao seu meio, e por outro lado, remover traços genéticos indesejáveis. Exclusivo dos organismos Eucariotas, o sexo tem sido uma ferramenta eficaz de reprodução à mais de um bilhão anos, e foi o principal responsável pela difusão de diversas especies que vemos hoje em nosso planeta.

A vontade de fazer sexo surge de vários mecanismos fisiológicos em funcionamento no nosso corpo, que liberam hormônios específicos, e no caso dos homens produzem os espermatozoides. Esses mecanismos são ativados quando a pessoa se excita ao ver os atributos físicos de outro individuo. Costumamos nos sentir excitados quando inconscientemente detectamos atributos físicos que sinalizem saúde e bons genes.

E QUANTO AOS HOMOSSEXUAIS?

As causas para o homossexualismo ainda estão sendo estudadas, mas pesquisas indicam que vários processos influenciam na opção sexual do individuo. Atributos genéticos, hormônios, ou questões ligadas ao período pós-natal, levam ao comportamento sexual. Vale ressaltar que boa parte dos mecanismos acima são validos para os homossexuais, no entanto por razões biológicas os mesmos não conseguem se reproduzir entre si. O homossexualismo, independente de sua origem, deve ser respeitada como uma orientação sexual, e não existe nada de anormal nisso. Os indivíduos podem ser limitados pela incapacidade de gerar filhos, mas o tesão sentindo entre os mesmos é legitimo, e a fisiologia que os levam à sentir atração uns pelos outros, pouco diferem dos heterossexuais.

SE FOR TRANSAR, USE CAMISINHA, SE FOR SE "REPRODUZIR", APROVEITE A AUSÊNCIA DELA E FAÇA COM CONSCIÊNCIA. 

GOSTOU DO ARTIGO? AJUDE NOSSO BLOG, COMPARTILHANDO NOS LINKS ABAIXO
FilosoGames: "Bully", e o Sistema Educacional Americano

TEXTO DE GABRIEL LIMA

O controverso game da empresa  Rockstar, proibido em vários países, inclusive no Brasil, conquistou espaço na mídia, do que nas prateleiras das lojas, obtendo um certo sucesso com os gamers. O game em que coloca você no papel de Jimmy Hopkins, um problemático garoto adolescente, que é transferido para um internato depois que sua mãe sai para uma lua de mel de um ano, após se casar com um cara rico. Jimmy deve conquistar seu espaço nessa verdadeira selva, onde cão come cão. Alias cão como cão em latim é Canis Canen, nome dado ao game na Grã-Bretanha.

Bully foi criticado devido a sua jogabilidade "violenta" e sua "apologia ao Bulllyng". Qualquer um que joga os games dos estúdios da Rockstar, sabe que sua marca registrada e o sarcasmo e a sátira. Grand Theft Auto, a serie mais conhecida da desenvolvedora, faz ferrenhas considerações sobre o mundo pós moderno, dominado pelas grandes empresas, marcado pelo consumerismo e dominado por políticos corruptos. Red Dead Redemption, outro game da Rockstar, ambientado no velho oeste americano, satiriza um período da História americana romantizado em filmes e livros. Podemos citar aqui vários outros exemplos de outros games da empresa, mas para sermos breves, vamos direto ao game em foco.

"AH QUEIMADA! COMO EU ADORO O SOM DE GAROTOS CHORANDO PELA MANHÃ"

Nerds
A frase do subtitulo acima, é dita pelo professor de educação física de Bullworth, escola em que a maior parte do game se passa. Um internato bem ao estilo inglês, Bullworth possui uma péssima reputação, como diz Jimmy Hopkins, personagem principal no inicio do game, "a escola conhecido por formar advogados corporativos, Assassinos em série e todo tipo de mal elementos". Ao andar pelo terreno da escola, o jogador pode encontrar um grande quantidade de jovens, que se dividem em diferentes tribos.

  • Os Nerds: Desprovidos de habilidades sociais, e frequentadores da biblioteca, os nerds em Bully passam a maior parte do tempo jogando RPG de mesa e construindo armas para enfrentar os Bullys
  • Os Greasers: Os Bad Boys do game, vestidos em couro e brilhantina, os rebeldes sem causa da cidade e escola de Bullworh.
  • Os Jocks: Extremamente fortes e extremamente burros, membros do time de futebol americano da escola, e grupo dominante na hierarquia de Bullworth
  • Os Preppies: Jovens ricos e mimados, que se acham superiores à todos, agindo como ingleses e praticantes de Boxe.
  • Os Bullies: Jovens que passam o tempo todo arrumando confusão e brigando.

Essas diferentes são dominadas aos poucos pelo personagem principal, e suas atitudes e seus modos de ser são revelados ao jogador, em uma série de comentários satíricos. Bom, agora que o game está apresentado, podemos partir para a nossa análise. O game Bully é uma sátira do sistema educacional americano? Por sua exacerbação dos problemas educacionais americanos, o game foi tão condenado?

As sátiras tem o poder de mostrar situações e comportamentos, que por vezes tendemos a esconder. Grandes exemplos de sátiras modernas, são os filmes do comediante e ator Sacha Baron Cohen (Borat, O Grande Ditador), e o canal brasileiro "PORTA DOS FUNDOS". Ao fazer uma sátira, por exemplo, sobre o estado laico brasileiro, e demonstrar nessa sátira que a religião cristã ainda e dominante na politica brasileira, o canal "PORTA DOS FUNDOS", expõem uma situação que muitos ainda negam, mas é evidente quando se faz uma análise mais profundo. Os games da Rockstar sofrem com criticas de grupos conservadores, devido ao seu conteúdo debochado, e repleto de criticas ao modelo de vida americano.

"SEM EXPULSÕES ESSE MÉS, EU ESTOU FICANDO FROUXO?

Uma das primeiras coisas que um percebe, ao salvar o game Bully, é que alguns jovens foram deixados de lado, sem estudar, por não conseguirem pagar a anuidade da escola. Jovens pobres que vivem na periferia industrial da cidade de Bullworth, vitimas de um sistema de ensino desigual. Como se sabe, nos Estados Unidos a maioria das universidades são privadas, o que dificulta o acesso da população pobre nessas faculdades. Muitas faculdades como Harvard, Yale e Princeton, funcionam através de aplicações financeiras de capital doado por ex-alunos. Jovens de família rica possuem facilidade para entrar nessas universidades, que não possuem um vestibular, somente entrevistas e alguns testes. Essa desigualdade no ensino, reflete a desigualdade social no país. A escolas publicas americanas, sofrem sérios problemas, e recebem baixas notas para um país desenvolvido. Além disso, escolas em zonas periféricas, sofrem em muitas cidades com ondas de violência, gangues e drogas. Escolas privadas, possuem notas altas, e servem como mais uma ferramenta de divisão de classes, já que somente uma pequena elite se forma nessas escolas, aproximadamente 9% da população de jovens em idade escolar.

No game o jogador tem a opção de frequentar aulas de algumas matérias como - Inglês, Matemática, Biologia, Artes, Educação Física e Química. Essas aulas nada acrescentam para a personalidade do personagem principal, que apenas ganha habilidades para o game, e alguns itens. Assim como em muitos países, o ensino público americano, é voltado para a formação da classe trabalhadora, e exige apenas a absorção de algumas habilidades voltadas ao mercado de trabalho, ao invés de fomentar o senso critico e formar futuros pensadores. A escola em Bully, é demonstrada como um local de exclusão, segregação e corrupção, refletindo certas realidades da educação americana que poucos gostam de comentar. Como a facilitação que os alunos membros dos times possuem nas matérias, por parte dos professores, já que os campeonatos escolares são por vezes até televisionados nos EUA. E o fato de alguns professores, criarem divisões entre os alunos, e ignorarem os abusos cometidos entre eles.

RUSSEL! ESMAGA!

Muito foi comentado de que o game incitava o comportamento que ficou conhecido como "bulling". No entanto, os disseminadores dessas criticas, membros de grupos conservadores parecem não levar em conta os fatores sociais que levam um garoto ou garota, a cometer atos violentos, sejam eles verbais ou físicos. No game a maioria dos Bullies são jovens problemáticos, com famílias desestruturadas ou fortes traumas. É possível ouvir alguns desses jovens, falando coisas como "por que eu acho garotos bonitos", ou comentado à respeito da ausência de suas famílias, claro que tudo isso em tom satírico. O próprio protagonista, Jimmy sofre com a ausência de sua mãe, uma viuvá que não para em um casamento sequer e negligencia Jimmy por completo. O sistema competitivo das escolas também geram os comportamentos agressivos, onde os jovens tentam de todas as formas serem melhores do que os outros.

Bully como uma sátira, cospe de volta na cara da sociedade, toda sua podridão e suas contradições, por isso o game foi tão criticado, e por isso o game é tão amado por seus fãs, que aguardam ansiosamente uma continuação (inclusive eu).




Histórias de Fantasia são Racialistas? Parte Final - "Disney: O Mundo Encantado do Racismo"
"Canção do Sul" de 1946, lançado somente em VHS, e banido dos cinemas devido ao seus temas racistas
TEXTO DE GABRIEL LIMA

Nas duas ultimas partes dessa série, analisamos histórias de fantasia consideradas adultas. Mesmo "O Senhor dos Anéis" se caracterizando como uma história livre de público, devido a sua complexidade o mesmo é mais apreciado por uma audiência adulta. Mas e quanto as histórias voltada para as crianças? Elas estimulam o pensamento racista?

Hoje em dias as Histórias de fantasia voltadas para crianças tem se concentrado nos filmes de animação, principalmente das duas gigantes do ramo, Disney e Dreamworks. Ambas americanas, destilam ideologias estadunidenses para o mundo todo, focando o publico infantil. A mais antiga delas, a Disney tem um histórico obscuro quanto ao racismo. Várias produções da empresa, principalmente pré década de 50, possuíam temas e narrativas racistas com personagens estereotipados. Embaixo listamos alguns desses

CANNIBAL CAPERS, 1933 (DISNEY)



Neste curta animado da Disney, nativos africanos são demonstrados como selvagens e canibais. A sua constituição física também degradante, da uma impressão de "deformação" e exacerbação de determinadas características, como as barrigas grandes, e os beiços desproporcionais. Esse desenho foi feito em uma época onde as ideias racialistas ainda eram muito fortes. Nos Estados Unidos ainda se mantinha o regime de segregação aos negros no sul e em vários outros estados. Em países da Europa cresciam cada vez mais as ideologias raciais, não somente na Alemanha, como alguns acham.

FANTASIA 1940



No filme Fantasia, a Disney se deu ao trabalho de criar uma raça de Centauros negros com esteriótipos físicos, que serviam os Centauros brancos. Precisa mais do que isso?

DUMBO 1941



Os corvos no filme Dumbo foram propositalmente feitos para lembrarem afro-americanos, no entanto, de forma estereotipada e degradante.

ALADDIN 1992

  
Lançado no contexto da guerra do Golfo Pérsico, Aladdin mostra as populações árabes como salvagens e bárbaros. Em uma das muitas canções do filme, é dita a frase "Where they cut off your ear if they don’t like your face./It’s barbaric, but hey./It’s home” (Onde eles cortam sua orelha se eles não gostarem da sua cara./ É bárbaro, mas ei. É nosso lar).

O LIVRO DA SELVA 1967



No filme O Livro da Selva, a empresa atingiu um grau de escrotidão inimaginável ao demonstrar os macacos no filme, com claros esteriótipos negros, desde o comportamento, até a aparência.

Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que podemos dar em relação a racismo em produções infantis de fantasia. Outros produções de outras empresas, e outros países, dispersam ainda esteriótipos para as populações. No entanto, quando essas ideologias são passadas para crianças, o assunto é mais complicado. Incapazes de perceber a intenção por trás de tal imagens, os pequenos apenas absorvem inconscientemente o que está sendo passado. Nada aqui de baboseira sobre mensagens subliminares, que se tornaram famosas na internet, o racismo nessas produções é algo tangível e execrável.

QUER SABER MAIS?
















A cantora Elis Regina completaria 70 anos dia 17 de março. E para homenagear o talento da artista, serão realizados dois shows no Anhembi, nos dias 23 e 24 de maio.


Serviço:

“Elis, 70 Anos”
Data: 23 e 24 de maio de 2015.
Horário: dia 23 às 21h, e dia 24 às 20h.
Local: Auditório Economista Celso Furtado (Anhembi)
End.: Avenida Olavo Fontoura, 1209 – Santana.
Preço: de R$ 125 (meia) a R$ 480 (inteira).Tel.: (11) 2027-0777

TEXTO DE GABRIEL LIMA

Quantas vezes esse tema já não foi abordado na literatura, no cinema e nos videogames. Podemos citar aqui alguns exemplos bem conhecidos; "O Exterminador do Futuro", "Matrix", "Eu, Robo", "Mass Effect" e entre muitos outros. Todas essas histórias abordam uma possível guerra entre orgânicos e mecânicos, humanos e maquinas. Mas de onde emergiu esse pensamento?

GOLEMS E GIGANTES DE BARRO


Muitos mitos antigos já mencionavam criaturas inorgânicas criadas pelo homem ou pelos deuses para servi-los em suas necessidades. Essas criaturas muitas vezes feitas de barro, bronze ou ferro, eram movidas por uma alma, colocada em seus corpos através de magia.  No Talmud, um texto Judaico escrito entre 200 d.C e 500 d.C, Adão teria sido inicialmente criado como um Golem. Todos os Golens nas tradições judaicas, eram concebidos através do barro e do material divino, e não possuíam o dom da fala.

Durante anos o misticismo judaico estudou os textos da Torá ou do Talmud, em busca de uma forma de se criar um Golem. Por volta de 1630 e 1650, um rabino chamado Eliyahu, clamava ter criado um Golem. Segue abaixo o relato de um cabalista polonês contemporâneo a Eliyahu:

E eu ouvi, em um certo e explicito tom, de várias personalidades respeitaveis que um homen vivendo proximo ao nosso tempo, o qual o nome  é R. Eliyahu, o mestre do nome, que fez uma criatura à partir da matéria e forma, e aquilo realizou trabalhos pesados para ele, por um longo periodo, e o nome Emet estava pendurado em seu pescoço, até que ele finalmente o removeu por alguma razão o nome de seu pescoço e virou pó.(Idel, Moshe (1990)
O modo como o golem e apresentado, servindo ao seu mestre em trabalhos pesados, se assemelha em muito ao modo como vemos os robôs hoje em dia. No episódio "O Segundo Renascer: Parte 1 de  "Animatrix", os robôs eram utilizados na construção e em atividades periculosas. No game "Mass Effect", os Geth, foram criados pela raça alienígena dos "Quarians" para ajuda-los em tarefas árduas.

Durante o periodo moderno, vários outros cientistas, engenheiros e mecânicos, tentariam criar um ser artificial, utilizando a tecnologia de sua época. Essa pratica claramente influenciada por mitos antigos e a propria noção da raça humana como criação "à partir do barro", segundo a tradição judaico-cristã, influenciaria por anos o pensamento literário.

O MONSTRO DE MARY SHELLEY

Mary Shelley
Em 1818 seria publicado o livro "Frankenstein; or, The Modern Prometheus", da escritora inglesa Mary Shelley. Em seu livro uma criatura é concebida através de métodos antiéticos e grotescos, pelo jovem estudante de ciência Victor Frankenstein. O livro repleto de temas filosóficos, no tocante a criação e o relacionamento da criatura com seu criador, influenciou e continua à influenciar a literatura. Mary em um discurso certa vez, comparou o monstro de Frankenstein com Adão, citando uma passagem do livro "Paraíso Perdido" de John Milton.

E eu requisitei à ti, criador, que do meu barro
Me moldar homen? Eu solicitei a ti
Da escuridão tu me promovestes.

O conflito inerente entre criatura e criador, estava em grande evidencia no trabalho de Mary Shelley, e viria a influenciar as histórias sobre os seres mecânicos que tanto habitam nosso imaginário.

O PRIMEIRO "ROBÔ"

O termo robô foi utilizado pela primeira vez para denotar um automata fictício, pelo escritor tcheco Karel Capek. A palavra Robõ vem do idioma tcheco e significa "servo".

O robô de Eric


Um dos primeiros robôs humanoides a serem apresentados, foi o robô de Eric, na exibição anual da Sociedade de Engenheiros de Londres. O robô consistia de um corpo solido de alumínio, e onze eletroímãs movidos por um motor de 12 volts, que moviam sua cabeça e seus braços, por controle remoto. 

Dai para frente a industria iria se apropriar das invenções dos engenheiros, e conceberiam centenas de maquinas programadas, que construiriam carros e realizariam funções diversas. O avanço das tecnologias de informação, levariam a criação de computadores, baseados na "Maquina de Turing", e novas tentativas de criar um robô com inteligencia artificial surgiriam, influenciando os escritos de Isaac Asimov, que por sua vez influenciaria toda uma geração de escritores de ficção cientifica.

OS ROBÔS DE HOLLYWOOD

A literatura possui um poder magnifico, ao moldar as ideologias e os pensamentos de uma época, e a noção de uma maquina se rebelando contra os seres humanos não escapa disso. Durante a segunda metade do século XX, as produções cinematográficas hollywoodianas iriam inundar o mundo com o pensamento americano. Várias produções, influenciadas pela literatura, demonstravam robôs conscientes, e muitas vezes rebeldes. Para não prolongar nossa discussão, citaremos aqui talvez o exemplo mais conhecido, o computador de bordo da Discovery no filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço", o famoso HAL 9000.

Ao se rebelar contra os tripulantes da espaçonave, HAL age como um humano, tentando desesperadamente se salvar de um possível desligamento por mal funcionamento. HAL, ao olhar de Kubrick, é uma alegoria do avanço cientifico e da mecanização da vida

Após o impacto do filme de Stanley Kubrick, Hollywood contrairia uma "febre robótica" e centenas de filmes abordando tema sairiam, alguns ridículos e extremamente "toscos" em essência, e outros que levantaram questões significativas e entreteram as multidões, como o T -800 de "O Exterminador do Futuro". Entre outros podemos citar também Blade Runner.

HUMANOS = VÍRUS - ROBÔS = CURA

Durante os últimos quarenta, cinquenta anos novas visões acerca da humanidade tem sido debatidas em constância. Uma visão menos humanista e mais ecológica, tem ganhando a atenção de vários pensadores. A antiga noção de que a raça humana era "detentora" do planeta e de suas formas de vida, vem caindo por terra. A causa principal e a degradação do meio ambiente, causada pelo avanço industrial, que causa, além de outros resultados, o aquecimento global. Essas visões moldariam o pensamento de vários literários e jovens escritores, que deixariam de "endeusar" a especie humana, e começariam a demonstra-la como algo falível e potencialmente destrutivo.

T-800 e John Connor

O filme de James Cameron "O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final", aborda essa questão, mostrando que ao contrário do que se pensava, foram os seres humanos em sua cobiça que iniciaram sua própria destruição. No filme o personagem de Arnold Schwarznegger, um robô reprogramado e enviado para o passado para salvar o líder da resistência humana John Connor, passa por um processo de humanização, aprendendo a "amar" e a proteger. No final do filme, em uma fala profética a mãe de Connor, Sarah comenta que "Se uma maquina pode aprender a amar, talvez um dia nos conseguiremos fazer o mesmo".

No filme "Matrix", o antagonista Smith, um agente das maquinas, faz um discurso bastante sombrio sobre a humanidade. Smith compara os seres humanos à um vírus, que migra de corpo em corpo os destruindo. Essa visão bastante influenciada pelo Zeitgeist (espirito da época), onde a humanidade, falível e volátil, acabaria por se destruir. 

O MITO

Como podemos ver através dessa análise, o mito de uma possível "revolução das maquinas" tem mais a ver com nós mesmos, do que com simples robôs. A ideia de que continuaremos avançando eternamente e um dia nos tornaremos "deuses" ao ponto de realizarmos o ato da criação, e o ponto inicial de todas as tentativas de se criar uma inteligencia artificial. Em nossa busca por avanço tecnológico, destruímos boa parte do planeta e somente agora estamos nos dando conta disso. Uma maquina em sua infinita sabedoria e capacidade de pensar, logo através de uma equação simples e rápida decidiria que os seres humanos seriam incapazes de viver em comunhão com o planeta e consigo mesmos, e os destruiria. Mas tal maquina ainda não existe, e a noção de que somos seres destruidores e um mal para o planeta, advém de nossas próprias mentes. "Ó trágico momento, em que nos tornamos os vilões de nossas próprias histórias". Que esse momento sirva de reflexão.

"OH DAISY!"
















A linguagem Humana - Documentário da BBC




Maioridade Penal: "Julianos" e "Douglas, resultados de uma sociedade materialista e desigual

TEXTO E DIAGRAMAÇÃO DE GABRIEL LIMA

PROLOGO: Juliano e Douglas, dois "di menor"

"Juliano tinha apenas 8 anos de idade quando o paí morreu vitima de bala perdida, a mãe que já não possuía uma mente tão saudável, por ter sido abusada durante a vida inteira, começou a usar drogas, beber e negligenciar Juliano. Sem a ajuda dos país e sem a presença do estado, Juliano saiu da escola aos 13 anos para trabalhar em uma fábrica de blocos, próxima à sua casa. Lá Juliano recebia uma mixaria, e não conseguia nem sustentar a si mesmo, ou sua mãe viciada em drogas."

"Ao completar 15 anos, Juliano já era pai e agora acrescentava mais duas pessoas a sua família - seu filho pequeno e sua mulher. Sem condições de sustentar a família e arranjar um emprego bom (já que tinha estudo só até a 4° série), Juliano foi para o crime. Roubava para comer e não para gastar, e nunca matou ninguém. Foi preso com 16 anos e meio pela primeira vez, e ficou na fundação casa até os 18 anos. Ao sair, nada havia acrescentado a sua vida, ficou em um local tomado pelo medo e a violência, que diziam "iria transforma-lo em um cidadão". Ao sair, seu filho havia morrido de pneumonia, e sua mulher estava com outro, sua mãe estava se prostituindo para poder comer e se drogar. O que séria então de Juliano? Simples, morreu aos 24 anos em um assalto a uma lanchonete que deu errado. Morreu sem nunca ter matado, mas foi morto por todos à sua volta. Morto por seus país, que lhe negaram o amor, morto por sua mulher que lhe tirou o filho em sua incompetência, morto pela sociedade que o segregava por ser pobre e negro, morto pela cadeia onde ficou, que apenas o ensinou à ser pior. "

"Douglas tinha 14 anos quando matou pela primeira vez. Matou por um par de sapatos, que o "mané" não

queria tirar. Atirou à queima roupa, derramando o sangue do rapaz pela calçada e acabando com a vida de uma família. Ao contrario de Luciano, Douglas vivia em um bairro de classe média. Comia bem, dormia melhor ainda, e se divertia a custas dos pais. Mas só isso não bastava para Douglas, ele quera "ostentar", roubar para mostrar aos seus "amigos" as suas posses subtraídas, e se desse sorte conseguir uma "novinha" para usar e abusar, enquanto a mesma fazia o mesmo com o mesmo. Douglas foi preso aos 15 anos, após matar pela segunda vez,  foi mandando para a fundação casa, onde conheceu Juliano. Saiu aos 18 anos, e logo voltou a assaltar, ao contrário de Juliano, Douglas tinha estudado, e havia terminado a escola na própria fundação Casa. Recebia a visita da mãe e os bolos da avó, todos os dias de visita. Para Douglas não faltava amor, o que faltava era limite. Douglas ainda está por ai, roubando provavelmente, ou gastando o dinheiro de um pobre pai de família."

Desconstruindo a redução da maioridade penal

A primeira pergunta que devemos fazer é - à quem vai beneficiar a redução da maioridade penal? Claramente não é a sociedade, já que a simples redução da maioridade não causara redução nos crimes cometidos por menores. Menores esses que são muitas vezes coagidos por adultos, a trabalharem para o trafico ou realizarem assaltos e por vezes até matarem. Os "Julianos" do mundo, que roubam para sobreviver, por não terem tido acesso a educação ou informação, são resultados da falta de comprometimento dos sucessivos governos com a educação Os "Julianos" da vida, me disse um passarinho! Costumam ser negros, moradores de comunidades carentes e membros de famílias desajustadas. Como julgar alguém que viveu em meio ao ódio, em meio a precariedade máxima. Ao invés de jogarmos os "Julianos" na cadeia, devíamos primeiramente saber o porquê de sua atitude criminosa.

O crime contra a propriedade, um tema bastante burgues em essência, e a justificativa para encarcerar metade da juventude brasileira, para os setores que defendem a maioridade penal. Outros falam à respeito daqueles que matam com crueldade. Mas, do que adianta prender um "monstro" se colocaram o mesmo na universidade dos monstros, chamada cadeia, que dificilmente reeduca, já que quase todos que lá passam, lá voltam. Se nosso Juliano arquetípico tivesse tido acesso a educação, saúde e lazer, o mesmo teria um dia pensado em roubar? Rousseau estava certo? O homem nasce bom e a sociedade o corrompe? Aparentemente sim, ainda mais em nossa republica ensolarada chamada Brasil.

O individuo que passa sua infância e adolescência em uma comunidade e ambiente totalmente desprovida de infraestrutura, jamais poderá fazer frente em uma sociedade competitiva e capitalista como a nossa. Como o pobre Juliano, poderia competir contra os "Batistas" do mundo, se nem ao menos sabia ler, enquanto os Batistas aos 10 anos já visitavam a "Disney" nos "States". Nossa sociedade marcadamente dividida em classes bastante distantes, evidentemente gerara os "Julianos" da vida. Sem estudo, sem perspectiva, só lhe resta o ataque.

MAS ENQUANTO AOS DOUGLAS?

Diferentemente dos "Julianos" os "Douglas" não sofrem a ausência de estudo, ou de perspectiva, mas sofrem de certa forma, a ausência de pensamento, sintoma bastante comum entre quase todos os brasileiros. O roubo para à "ostentação" é a forma bandida de um comportamento que muitos realizam. Valorizar as marcas, acima das qualidades pessoais, valorizar o material ao invés do mental. Todo consumidor de marcas por marcas, é um cúmplice do crime "ostentação. Mas, e o que fazer com esses jovens? Prender seria a solução? Reeducar?

Infelizmente a realidade é dura, e o crime ostentação é de uma característica totalmente nova, afundada nas aparências e futilidades da sociedade pós moderna, globalizada e capitalizada. Para acabar com o comportamento ostentativo, seria necessário cortar a raiz do problema, e essa raiz está bem cava em propriedade privada, protegida por cães e guardas. Ou você acha que o dono da Lacoste, da Abercrombie, se importam com o "cara" que morre para que os "Douglas" comprem suas porcarias. 

Reduzir a maioridade penal, não adianta em nada. Enquanto existir escolas sucateadas e professores mal pagos, e comunidades carentes, novos Julianos surgiriam. Enquanto a sociedade do capital, a sociedade do consumerismo existir, existira a "ostentação". Reduza a maioridade penal para 16, e logo os de 13 estarão matando para ostentar, e ostentando para ser alguém em um mundo saturado pelo materialismo.




Filosogames: "The Legend of Zelda", e o Eterno Retorno

Texto de Gabriel Lima

Em sua obra a "A Gaia Ciência", mais especificadamente no aforismo n°341, Friedrich Nietzsche disserta sobre infinidade do tempo, e a possibilidade de eventos se repetirem nesse tempo infinito:

"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!” – Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: “Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!”.
Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! Ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
Apesar de esse trecho não demonstrar claramente esse ideia, o restante das obras de Nietzsche contribuíram para fomentar a ideia do Eterno Retorno filosófico. Mas o que o game Zelda tem a ver com isso?

A cada nova versão somos apresentados as mesmas personagens - Zelda a princesa, Link o herói, e em várias ocasiões, Ganondorf, o vilão. O games da série possuem quase sempre a mesma narrativa, onde o herói é imcubido de salvar o reino ou a terra de alguma ameça qualquer. Segundo a ideia do eterno retorno, isso aconteceria devido ao tempo infinito, que em sua "infinidade" causaria eventos semelhantes incontáveis vezes. Hoje Link derrota um mestre e ganha um pedaço de coração, daqui a centenas de bilhões anos, isso acontecera de novo, devido a insuficiência de causalidades para preencher um tempo infinito. 

As personagens presas à essa repetição, não percebem o que ocorre e continuaram pela eternidade à realizar suas ações predestinadas.
Museu Penitenciário Paulista -

A cidade de São Paulo, já famosa por sua imensa oferta de atrações culturais, acaba de ganhar outro importante espaço museológico: oMuseu Penitenciário Paulista, inaugurada no dia 28 de julho. Localizado em um local repleto de memórias, no terreno do antigo Complexo do Carandiru, na zona Norte da capital, o novo museu visa preservar documentos, obras e demais objetos de valor do sistema penitenciário do estado.

Museu Penitenciário Paulista
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 16h, mediante agendamento.
End.: Av. Zachi Narchi, 1207 – Carandiru – zona Norte – São Paulo.
Tel.: (11) 2221-0275.
museupenitenciario.blogspot.com.br.
Procuramos colaboradores de conteúdo

O blog Cerebelo Ativo está em busca de colaboradores. Ajude nosso site a crescer. Se você quer compartilhar suas idéias, protestos e sua arte, entre em contato com a nossa equipe. Com a sua ajuda podemos fazer o portal crescer e atrair cada vez mais colaboradores e seguidores.


Requisitos para se tornar um colaborador:

Ser maior de 18 anos

Postar artigos relacionados aos seguintes temas; Arte, Ciência, Política e assuntos culturais.

Assinar os artigos e envia-los para o email cerebeloativoblog@gmail.com
Simbolismos em filmes: O personagem "escolhido" e a influencia cristã

Texto de Gabriel Lima

A nossa sociedade ocidental, conviveu durante centenas de anos, com a constante presença e supervisão da igreja cristã. Os dogmas e as crenças do cristianismo, continuam ecoando até os dias de hoje e provavelmente influenciaram a sociedade por mais alguns bons anos. Mas o principal fator de influencia da religião cristã, no meio literário, foi a noção de um fim do mundo. Os antigos acreditavam em um tempo cíclico, que nunca acabaria, apenas recomeçaria. No entanto, a escatologia cristã nos dá um senso de linearidade para a História, com um começo, um meio e um fim. Esse pensamento influenciou a literatura e respectivamente o cinema.

Existe uma grande quantidade de filmes que possuem em sua narrativa uma influencia desse pensamento; seja um fim do mundo se aproximando, ou uma batalha entre o bem e o mal. Geralmente surge nesses filmes, uma personagem com um destino traçado, incumbido de vencer o mal ou evitar um apocalipse. Esses personagens "messiânicos" estão presentes em mais filmes do que você pensa, vamos dar uma olhada.

NEO (Sr. Anderson), Trilogia Matrix

Neo é um personagem messiânico dos mais clássicos. Não sabemos nada da infância ou juventude de Neo, sabemos somente que ele é o escolhido, destinado a acabar com a guerra entre humanos e maquinas. Em sua "aventura" Neo passa pelos processos que cristo passou - vida, milagres, morte e ressurreição. Ao final do ultimo filme, aparentemente Neo morre se sacrificando pela humanidade em uma cena de crucificação explicita. No entanto, o que é interessante sobre a persona de Neo, e que o mesmo possui atributos budísticos assim como cristãs, confira as imagens abaixo.

Neo morre na cruz


  E aparentemente transcende em uma flor de Lótus, que em tradições orientais, significa pureza de espirito
Neo por assim dizer atinge o "Nirvana"


Anakin Skywalker, Sextologia Star Wars


Cristo foi tentado pelo diabo no deserto e resistiu, já Anakin não resistiu as tentações do Senador Palpatine, mais conhecido como Lord Sidious. No primeiro e menos amado episódio da saga, vemos Ankin como uma criança, nascida em um planeta desértico que se assemelha muito a região do Levante, onde Jesus supostamente teria nascido. Além disso a mãe de Anakin, concebeu o filho sozinha de forma misteriosa. Quer mais ainda? Anakin possuía poderes incríveis, e ao visitar os Jedis em sua sede, ou templo, o menino assusta à todos com seu poder, assim como Jesus teria sido encontrado por seus país, conversando com os sábios do templo.

Anakin acaba por se afastar do caminho "certo" da força, e vai para o lado negro. Mas ao final da série, no episódio VI, Anakin agora Darth Vader, derrota Lord Sidious e poem um fim a ameaça Sith, cumprindo a profecia.

Harry Potter, Octologia Harry Potter

Antes do inicio da série de livros e filmes, uma profecia teria sido feita pela professora Trelawney, onde um bebe nasceria e colocaria um fim ao reino de Voldmort. Esse bebe evidentemente era Harry. Durante suas aventuras pelo mundo dos bruxos, Harry passa por uma série de provações até o seu confronto final com Voldmort. Harry que carregava uma parte da alma de Voldmort em si, aparentemente morre para que esse pedaço da alma de Voldmort seja destruída, ao fazer isso Harry se sacrifica e morre por seus amigos, e logo depois "ressuscita". Apesar de não haver nenhuma cruz ou Maria Madelena, é evidente o quanto o personagem foi influenciado pela vida de Jesus Cristo.

Gandalf, Trilogia "O Senhor dos Anéis"

Isso mesmo, você ouviu certo, o velho barbudo mais amado da literatura é o personagem "cristo" da série de livros de Tolkien. Gandalf é um Istari um mago enviado pelos Valar para a Terra Média para auxiliar os habitantes dessa terra em sua luta contra Sauron. Gandalf é também um Maiar, um espirito imortal criado na aurora do tempo por Eru Illuvatar, o deus de O Senhor dos Anéis. Gandalf possui poderes de cura, e até realiza um exorcismo no rei Theoden de Rohan. Mas o simbolismo mais direto e o seu sacrifício ao final do primeiro filme e livro, onde o mesmo cai da ponte de Khazad Dum para salvar seus companheiros do impiedoso Balrog de Morgoth.

Gostou desse Post? Curta e compartilhe nos Links abaixo. Se souber de mais personagens "messianicos" nos avise, providenciaremos uma parte 2 em breve.

Abraços. 





Para você que adora os felinos, aqui vai série uma 5 papeis de parede lindos com imagens de felinos, e só salvar a imagem.










Por que achamos filhotes fofos?


Texto de Gabriel Lima

Não, não, não precisa se assustar! O Cerebelo Ativo não vai se entregar ao vírus que contamina a internet, um vírus com olhos grandes, cabeça redonda e corpo pequeno. Estamos falando dos filhotes. Por que raios achamos bebes fofos, independente de raça ou especie? Por que videos com gatos, cachorros e porquinhos em miniatura, fazem tanto sucesso e rendem rios de dinheiro aos seus donos? Só existe um meio de responder essa pergunta um tanto estranha; vamos utilizar a neurociência 

OLHOS GRANDES, CABEÇA REDONDA

Todas as especies de animais vertebrados, passam por uma fase de desenvolvimento após o nascimento, que chamaremos aqui de "infância". Esses pequenos seres, utilizam esse tempo para aprender o comportamento de suas especies, e sobreviverem ao meio onde vivem. Mas, para isso é necessária a proteção dos adultos. E como assegurar tal proteção? No caso dos seres humanos, aparentemente o rosto e o corpo de um bebe, são irresistíveis aos ataques de "fofura".

Segundo o site Neurosciencemarketing, o rosto de bebes tem sido usado na publicidade, devido ao seu apelo emocional. Estudos demonstraram que o Cérebro humano, reage de formas diferentes ao visualizar rostos adultos e rostos infantis. Os rostos adultos, estimulam a parte de trás do Cérebro, já os rostos infantis, estimulam a parte da frente, associada a emoção.

Nossos Cérebros desenvolveram ao longo de nossa História evolutiva, um fraco por rostos redondos, olhos grandes e corpo pequeno. Essas características denotam fragilidade, e demandam o cuidado, essencial para a manutenção da especie. Esse mesmo conceito vale para outros animais, e alguns apresentam formas incríveis de chamar a atenção dos adultos para os filhotes. Os Pinguins, por exemplo, quando filhotes possuem um corpo extremamente gordo e suas penas possuem uma coloração cinza, que prontamente os caracterizam como filhotes. Mecanismos neurológicos reagem com essas formas e cores, e automaticamente levam ao cuidado dessas criaturas.

MAS É OS FILHOTES DE OUTRAS ESPÉCIES?

O fato de acharmos filhotes fofos, está na sua aparência infantil, semelhante a bebes que logo incuti um sentimento de proteção e cuidado e ativa a mãe e o pai coruja dentro de todos nós. Mas, o pai Coruja que é levado a ser super protetor devido à equação F + C = P (F de fofura, C de Cérebro e P de proteção). Claro que essa equação é uma brincadeira, mas demonstra em uma forma simples, por que adoramos filhotes. 

Veja se consegue resistir a esse video sem fazer um "aaaaaaa".



ADENDO: Tomem cuidado com empresas que se utilizam de animais pequenos e crianças para vender seus produtos, eles estão se utilizando de uma fraqueza do Cérebro humano para vender seus produtos. Fala isso por ter encontrado na pesquisa que realizei para escrever esse artigo, uma série de sites e livros sobre estudos publicitários voltados para esse área.

NOVA SÉRIE DE POSTS EM BREVE!!

MITOS MODERNOS: ALIENÍGENAS - DA COSMOLOGIA ANTIGA À COSMOLOGIA ATUAL

UM CLONE SEU, SERIA VOCÊ? E OUTRAS QUESTÕES SOBRE A EXISTÊNCIA DO "EU"

POR QUE FAZEMOS SEXO?

FilosoGames: "Bully", e o Sistema Educacional Americano

Histórias de Fantasia são Racialistas? Parte Final - "Disney: O Mundo Encantado do Racismo"

Homenagem aos 70 anos de Elis Regina acontece em maio no Anhembi -

Mitos Modernos - "A Revolução das Maquinas"

A linguagem Humana - Documentário da BBC

Maioridade Penal: "Julianos" e "Douglas, resultados de uma sociedade materialista e desigual

Filosogames: "The Legend of Zelda", e o Eterno Retorno

Museu Penitenciário Paulista -

Procuramos colaboradores de conteúdo

Simbolismos em filmes: O personagem "escolhido" e a influencia cristã

5 Papeis de parede de felinos DE GRÁTIS!

Por que achamos filhotes fofos?