Somos iguais perante os olhos da mídia?

Geraldo Alckmin e seu filho, morto no acidente.

Thomaz Alckmin, morto na ultima semana, devido à queda do helicoptero onde o mesmo estava, promoveu uma comoção, e a cobertura total mídia. Acontece que Thomaz, não é nada mais nada menos, que o filho do atual governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Thomaz não foi o único a morrer, outros passageiros também tiveram suas vidas ceifadas pelo acidente. Mas a mídia, como sempre faz, deu maior crédito a morte do filho do governador, do que dos outros presentes na aeronave.

A cobertura realizada pela mídia, claramente sensacionalista e tendencialista, utilizou em algumas instancias a morte de Thomaz para exacerbar o caráter de Geraldo Alckmin e sua familia. Constantemente eram repetidas informações quanto a religiosidade da família, e como os mesmos eram próximos. O ethos de uma população, tende a ser usado pela mídia e pelos políticos, afim de realizar manobras sociais. Sabemos que o ethos brasileiro é puramente paternalista, patriarcalista e cristão, por isso ressaltar essas "qualidades", passa aos olhos de qualquer mente desperta, como uma tentativa de nos vender um ideal.

Alan, segundos antes de morrer
Recentemente vimos a morte do menino Alan de Souza Lima, de 15 anos, por parte de policiais, que alegaram que o mesmo, estava armado e havia reagido, no entanto, em um vídeo encontrado no celular de um de seus amigos, vemos que Alan e os outros colegas, conversavam e brincavam, quando os policiais já chegaram disparando suas armas. Antes da divulgação do vídeo, a mídia apenas passou a versão dos policiais, dando pequenas indicações contrárias, como, "a família disse que os garotos não reagiram", de forma à descreditar a versão da população, e dar peso ao argumento dos PM´s do Rio de Janeiro. Mas o tiro saiu pela culatra, e o vídeo foi divulgado.

País do menino Eduardo
Ainda mais recente, vimos o caso de outro garoto, dessa vez Eduardo de Jesus Ferreira de 10 anos,
morador do Complexo do Alemão, morto em uma operação policial, recebeu uma atenção considerável da mídia, mas não tanto quando a de Thomaz. No caso do menino Eduardo, o "sensacionalismo dateneano" foi utilizado para ganhar IBOPE, em cima da morte de uma criança. As noticias sobre a morte de Thomaz, ainda enchem os jornais, comentando sobre as investigações sobre os motivos da queda.



Claramente podemos perceber que a mídia não trata de forma igualitária os casos que resultam em morte, ou mesmo em casos de roubo e assaltos. Se da uma atenção muito maior quando a vitima e branca, classe média alta e prioritariamente "cristã". Se da pouca ou quase nenhuma atenção midiática a casos de morte em comunidades carentes, e mesmo quando a atenção é dada, o sensacionalismo é notório. Em um país como o nosso, onde as classes são tão distantes uma das outras, economicamente, incrivelmente ideologicamente elas se assemelham em muito, já que a maior parte dos telespectadores de jornais sensacionalistas, que aparentemente dão mais valor a mortes de pessoas de classes mais altas, são pobres ou se encontram em classes de pouco poder aquisitivo.

O caso de Thomaz Alckmin, apenas é mais um episodio onde a mídia cobre de forma sensacionalista uma morte, para ganhos próprios e para vender uma imagem "santificada" de seus aliados, ou para aqueles que se assemelham com os donos do poder.

EM LETRAS CAPITAIS, SEGUE AQUI O NOME DOS OUTROS SERES HUMANOS, ASSIM COMO THOMAZ ALCKMIN, QUE ESTAVAM NO HELICÓPTERO. SEM JULGAMENTOS MORAIS SOBRE QUEM ERAM, E COMO ERAM ESSES HOMENS, O IMPORTANTE E PERCEBER COMO O ENFOQUE MIDIÁTICO FOI DIRECIONADO SOMENTE À THOMAZ.

CARLOS HAROLDO ISQUERDO, 53 anos, piloto.
PAULO HENRIQUE MORAES, 42 anos, mecânico.
ERICK MARTINHO, 36 anos, mecânico.
LEANDRO SOUZA, 34 anos, mecânico. 
«
Next

Postagem mais recente

»
Previous

Postagem mais antiga


Nenhum comentário:

Leave a Reply

Somos iguais perante os olhos da mídia?

13:08


Geraldo Alckmin e seu filho, morto no acidente.

Thomaz Alckmin, morto na ultima semana, devido à queda do helicoptero onde o mesmo estava, promoveu uma comoção, e a cobertura total mídia. Acontece que Thomaz, não é nada mais nada menos, que o filho do atual governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Thomaz não foi o único a morrer, outros passageiros também tiveram suas vidas ceifadas pelo acidente. Mas a mídia, como sempre faz, deu maior crédito a morte do filho do governador, do que dos outros presentes na aeronave.

A cobertura realizada pela mídia, claramente sensacionalista e tendencialista, utilizou em algumas instancias a morte de Thomaz para exacerbar o caráter de Geraldo Alckmin e sua familia. Constantemente eram repetidas informações quanto a religiosidade da família, e como os mesmos eram próximos. O ethos de uma população, tende a ser usado pela mídia e pelos políticos, afim de realizar manobras sociais. Sabemos que o ethos brasileiro é puramente paternalista, patriarcalista e cristão, por isso ressaltar essas "qualidades", passa aos olhos de qualquer mente desperta, como uma tentativa de nos vender um ideal.

Alan, segundos antes de morrer
Recentemente vimos a morte do menino Alan de Souza Lima, de 15 anos, por parte de policiais, que alegaram que o mesmo, estava armado e havia reagido, no entanto, em um vídeo encontrado no celular de um de seus amigos, vemos que Alan e os outros colegas, conversavam e brincavam, quando os policiais já chegaram disparando suas armas. Antes da divulgação do vídeo, a mídia apenas passou a versão dos policiais, dando pequenas indicações contrárias, como, "a família disse que os garotos não reagiram", de forma à descreditar a versão da população, e dar peso ao argumento dos PM´s do Rio de Janeiro. Mas o tiro saiu pela culatra, e o vídeo foi divulgado.

País do menino Eduardo
Ainda mais recente, vimos o caso de outro garoto, dessa vez Eduardo de Jesus Ferreira de 10 anos,
morador do Complexo do Alemão, morto em uma operação policial, recebeu uma atenção considerável da mídia, mas não tanto quando a de Thomaz. No caso do menino Eduardo, o "sensacionalismo dateneano" foi utilizado para ganhar IBOPE, em cima da morte de uma criança. As noticias sobre a morte de Thomaz, ainda enchem os jornais, comentando sobre as investigações sobre os motivos da queda.



Claramente podemos perceber que a mídia não trata de forma igualitária os casos que resultam em morte, ou mesmo em casos de roubo e assaltos. Se da uma atenção muito maior quando a vitima e branca, classe média alta e prioritariamente "cristã". Se da pouca ou quase nenhuma atenção midiática a casos de morte em comunidades carentes, e mesmo quando a atenção é dada, o sensacionalismo é notório. Em um país como o nosso, onde as classes são tão distantes uma das outras, economicamente, incrivelmente ideologicamente elas se assemelham em muito, já que a maior parte dos telespectadores de jornais sensacionalistas, que aparentemente dão mais valor a mortes de pessoas de classes mais altas, são pobres ou se encontram em classes de pouco poder aquisitivo.

O caso de Thomaz Alckmin, apenas é mais um episodio onde a mídia cobre de forma sensacionalista uma morte, para ganhos próprios e para vender uma imagem "santificada" de seus aliados, ou para aqueles que se assemelham com os donos do poder.

EM LETRAS CAPITAIS, SEGUE AQUI O NOME DOS OUTROS SERES HUMANOS, ASSIM COMO THOMAZ ALCKMIN, QUE ESTAVAM NO HELICÓPTERO. SEM JULGAMENTOS MORAIS SOBRE QUEM ERAM, E COMO ERAM ESSES HOMENS, O IMPORTANTE E PERCEBER COMO O ENFOQUE MIDIÁTICO FOI DIRECIONADO SOMENTE À THOMAZ.

CARLOS HAROLDO ISQUERDO, 53 anos, piloto.
PAULO HENRIQUE MORAES, 42 anos, mecânico.
ERICK MARTINHO, 36 anos, mecânico.
LEANDRO SOUZA, 34 anos, mecânico. 

You Might Also Like

0 comments