Os seres "invisíveis" - Uma dissertação sobre a condição do ser "mendigo" (Alerta de Sarcasmo)

Texto de Bruno Fernandes

Perdoai vos que vem aqui para ler um texto bonito e fofo! Aqui redijo a crítica, de um modo real e não belo! Lhes trago um fato perceptível por todos. Seja de partidos políticos diferentes, religião ou qualquer outra coisa que separa os humanos do que eles realmente são: humanos. Vos mostro realidades vistas dos meus olhos, se quiserem podem me criticar, afinal todo o crítico merece a crítica, por mais nefasta que seja. Portanto, sem mais delongas, vou acabar essa introdução do fato e ir direto para o desenvolvimento do fato. Aqui faço minha dissertação sobre a pobreza, o mendigo, o miserável.


"ESTRANHAS" CRIATURAS CHAMADAS MENDIGOS


Todo mundo já deve ter visto em seu condomínio de luxo ou em sua simplória casa algum ser de outro mundo que vive ali na rua. Vagando de lixeira em lixeira atrás de comida para garantir sua sobrevivência e a sobrevivência de seus descendentes. Ser associado ao ruim, maligno, de má origem. Muitas vezes usado como sinais divinos de punição. Algo como: olhe ali! Aquele sujeito em outra vida era um cidadão do mal. Assim Deus o castigou, transformando ele em um mendigo, ser que não possuí nada, sem alimento, nem moradia e nem dignidade. Visto por todos como algo perverso, um perigo. “Precisamos evitar mendigos”. 

Ó criatura sofrível! Como pode existir tal criatura no mundo perfeito de Deus? Normalmente essa monstruosidade é negra, de cabelos e barba compridos com um aspecto grotesco. Usa calças jeans esfarrapadas e vive atrapalhando as pessoas pedindo esmola. “Não dê esmola para mendigos! Isso incentiva eles a serem mais vagabundos ainda!”. Podem estar acompanhados com uma cachaça na mão e um cigarro na ponta dos dedos. Alguns são coletores de latinha e outros apenas vivem na sarjeta, como um animal moribundo. As pessoas passam por eles. Ignorando-os, assumindo que eles devem se esforçar para estar ali, na posição de engravatado escravo do patrão ganhando o famoso dinheiro! Ó glória ao dinheiro de Deus! Ó doce dinheiro! Ó amor por esse desgraçado capital!

Primeiro, devemos analisar o processo de como um mendigo "vira" mendigo. Associo dois fatores que contribuem para a condição do ser "mendigo".  

Vou associar primeiro, o processo de mendigos virar mendigos à catástrofe, o cataclismo, a tragédia. Aqui exemplifico a pessoa de baixa renda trabalhadora em uma indústria. Ela pode perder o emprego, não conseguir mais ter capital e falir. Não conseguindo outro emprego e ninguém ajudando ela, a pessoa acaba por não perder a casa (alugada, provavelmente), a luz, água e materiais. Começando a viver na rua e o depois, todos já sabem. Posso por aqui também a pessoa que sofre um evento ambiental em sua humilde moradia. Vamos supor que um terremoto ocorre em determinada área. Sua casa é destruída e todos os seus objetos vão por água abaixo. Você não possui nenhuma renda e nenhuma ajuda, nenhuma oportunidade e nenhuma esperança. Logo você irá começar a morar na rua e lutar pela existência. Que trágico! Mas é possível. É assim que é.


Ora, se existe mendigos é porque existe mendigos pais. Esse fator que eu percebi é bastante simples e não vou me delongar muito para não fazer essa dissertação muito longa. Basicamente, são mendigos pais que geram descendentes em seu meio, transferindo sua pobreza para o filho. Mendigos não possuem renda, não possuem oportunidades e não possuem escolaridade. Um filho de um mendigo, na falta de tudo isso, não terá acesso ao conhecimento. Com isso, ele será vítima do acaso e acabará por se tornar mendigo, herança do pai que não conseguiu nenhuma chance de contornar e melhorar a situação. Pobre criança, posta no mundo para sofrer. Quantas pessoas já perdemos por causa da pobreza extrema? Quantos gênios estão catando latinhas? (não desmerecendo o trabalho deles, afinal, catar latinhas é trabalho e ajuda no meio-ambiente).

Ó doce ignorância que habitais os vossos corações! Ó esplendida ignorância que deixa pessoas passando por necessidades! Concluo aqui, o que são mendigos e os efeitos que causam esse processo. Mas a nossa fenomenal ignorância, falta de conhecimento nos faz julgar essas PESSOAS (sim, mendigos são pessoas) como algo mau, ruim e perverso. Culpo aqui a ganancia humana e a difamação aos outros que não possuem renda! A sociedade nos faz pensar que eles são algo ruim, que são vagabundos, porém são pessoas que não tem oportunidades. Falha aquele que pensa na divina meritocracia. “Ele é mendigo porque quer, não devo dar meu dinheiro!”“Ele não merece, passa ai o dia inteiro, se eu dar meu dinheiro para ele, estarei incentivando a vagabundice”. Mas que esbelto pensamento seu acéfalo. Que lindo!

Ao diabo com os valores morais de atualmente! Não passam de obras dos poderosos para tirar vantagens dos outros! O que é bom é útil e o que é mal deve ser combatido. Ao diabo com a hipocrisia de que não se deve dar dinheiro para eles, que nós iremos alimentar a vagabundice deles. Em primeiro lugar, não iremos alimentar nada, a não ser a fome deles! Eles não têm renda, não tem escolaridade, não tem nada, como espera-se que ele se encaixe em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo? Como se espera que eles possuam chances de entrar em algum lugar assim? 

Mendigos nunca terão oportunidades. Ficarão ali, jogados na sarjeta e gerando mendigos por herança. Não vão conseguir sobreviver, acabarão morrendo. As pessoas pensam que mendigos são seres de outro mundo, mas na verdade são pessoas como eu, você, sua família, minha família e meu professor. São humanos! Por que não merecem nossas moedinhas? Três reais podem não significar nada para a gente mas muito para eles! Qual o problema de dar dinheiro? Tudo isso não passa de uma falsa moral ética-cristã imposta pela sociedade, que mendigos são ruins e não se deve dar dinheiro para eles, pois assim estaremos contribuindo para a miséria deles. Mas que calúnia! Blasfêmia! Mais uma vez, glorificamos a ignorância!





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Os seres "invisíveis" - Uma dissertação sobre a condição do ser "mendigo" (Alerta de Sarcasmo)

19:24


Texto de Bruno Fernandes

Perdoai vos que vem aqui para ler um texto bonito e fofo! Aqui redijo a crítica, de um modo real e não belo! Lhes trago um fato perceptível por todos. Seja de partidos políticos diferentes, religião ou qualquer outra coisa que separa os humanos do que eles realmente são: humanos. Vos mostro realidades vistas dos meus olhos, se quiserem podem me criticar, afinal todo o crítico merece a crítica, por mais nefasta que seja. Portanto, sem mais delongas, vou acabar essa introdução do fato e ir direto para o desenvolvimento do fato. Aqui faço minha dissertação sobre a pobreza, o mendigo, o miserável.


"ESTRANHAS" CRIATURAS CHAMADAS MENDIGOS


Todo mundo já deve ter visto em seu condomínio de luxo ou em sua simplória casa algum ser de outro mundo que vive ali na rua. Vagando de lixeira em lixeira atrás de comida para garantir sua sobrevivência e a sobrevivência de seus descendentes. Ser associado ao ruim, maligno, de má origem. Muitas vezes usado como sinais divinos de punição. Algo como: olhe ali! Aquele sujeito em outra vida era um cidadão do mal. Assim Deus o castigou, transformando ele em um mendigo, ser que não possuí nada, sem alimento, nem moradia e nem dignidade. Visto por todos como algo perverso, um perigo. “Precisamos evitar mendigos”. 

Ó criatura sofrível! Como pode existir tal criatura no mundo perfeito de Deus? Normalmente essa monstruosidade é negra, de cabelos e barba compridos com um aspecto grotesco. Usa calças jeans esfarrapadas e vive atrapalhando as pessoas pedindo esmola. “Não dê esmola para mendigos! Isso incentiva eles a serem mais vagabundos ainda!”. Podem estar acompanhados com uma cachaça na mão e um cigarro na ponta dos dedos. Alguns são coletores de latinha e outros apenas vivem na sarjeta, como um animal moribundo. As pessoas passam por eles. Ignorando-os, assumindo que eles devem se esforçar para estar ali, na posição de engravatado escravo do patrão ganhando o famoso dinheiro! Ó glória ao dinheiro de Deus! Ó doce dinheiro! Ó amor por esse desgraçado capital!

Primeiro, devemos analisar o processo de como um mendigo "vira" mendigo. Associo dois fatores que contribuem para a condição do ser "mendigo".  

Vou associar primeiro, o processo de mendigos virar mendigos à catástrofe, o cataclismo, a tragédia. Aqui exemplifico a pessoa de baixa renda trabalhadora em uma indústria. Ela pode perder o emprego, não conseguir mais ter capital e falir. Não conseguindo outro emprego e ninguém ajudando ela, a pessoa acaba por não perder a casa (alugada, provavelmente), a luz, água e materiais. Começando a viver na rua e o depois, todos já sabem. Posso por aqui também a pessoa que sofre um evento ambiental em sua humilde moradia. Vamos supor que um terremoto ocorre em determinada área. Sua casa é destruída e todos os seus objetos vão por água abaixo. Você não possui nenhuma renda e nenhuma ajuda, nenhuma oportunidade e nenhuma esperança. Logo você irá começar a morar na rua e lutar pela existência. Que trágico! Mas é possível. É assim que é.


Ora, se existe mendigos é porque existe mendigos pais. Esse fator que eu percebi é bastante simples e não vou me delongar muito para não fazer essa dissertação muito longa. Basicamente, são mendigos pais que geram descendentes em seu meio, transferindo sua pobreza para o filho. Mendigos não possuem renda, não possuem oportunidades e não possuem escolaridade. Um filho de um mendigo, na falta de tudo isso, não terá acesso ao conhecimento. Com isso, ele será vítima do acaso e acabará por se tornar mendigo, herança do pai que não conseguiu nenhuma chance de contornar e melhorar a situação. Pobre criança, posta no mundo para sofrer. Quantas pessoas já perdemos por causa da pobreza extrema? Quantos gênios estão catando latinhas? (não desmerecendo o trabalho deles, afinal, catar latinhas é trabalho e ajuda no meio-ambiente).

Ó doce ignorância que habitais os vossos corações! Ó esplendida ignorância que deixa pessoas passando por necessidades! Concluo aqui, o que são mendigos e os efeitos que causam esse processo. Mas a nossa fenomenal ignorância, falta de conhecimento nos faz julgar essas PESSOAS (sim, mendigos são pessoas) como algo mau, ruim e perverso. Culpo aqui a ganancia humana e a difamação aos outros que não possuem renda! A sociedade nos faz pensar que eles são algo ruim, que são vagabundos, porém são pessoas que não tem oportunidades. Falha aquele que pensa na divina meritocracia. “Ele é mendigo porque quer, não devo dar meu dinheiro!”“Ele não merece, passa ai o dia inteiro, se eu dar meu dinheiro para ele, estarei incentivando a vagabundice”. Mas que esbelto pensamento seu acéfalo. Que lindo!

Ao diabo com os valores morais de atualmente! Não passam de obras dos poderosos para tirar vantagens dos outros! O que é bom é útil e o que é mal deve ser combatido. Ao diabo com a hipocrisia de que não se deve dar dinheiro para eles, que nós iremos alimentar a vagabundice deles. Em primeiro lugar, não iremos alimentar nada, a não ser a fome deles! Eles não têm renda, não tem escolaridade, não tem nada, como espera-se que ele se encaixe em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo? Como se espera que eles possuam chances de entrar em algum lugar assim? 

Mendigos nunca terão oportunidades. Ficarão ali, jogados na sarjeta e gerando mendigos por herança. Não vão conseguir sobreviver, acabarão morrendo. As pessoas pensam que mendigos são seres de outro mundo, mas na verdade são pessoas como eu, você, sua família, minha família e meu professor. São humanos! Por que não merecem nossas moedinhas? Três reais podem não significar nada para a gente mas muito para eles! Qual o problema de dar dinheiro? Tudo isso não passa de uma falsa moral ética-cristã imposta pela sociedade, que mendigos são ruins e não se deve dar dinheiro para eles, pois assim estaremos contribuindo para a miséria deles. Mas que calúnia! Blasfêmia! Mais uma vez, glorificamos a ignorância!





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