O centro de tudo, o foco de nada - E outros equívocos humanos.

 "E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti".
Friedrich Nietzsche





Quando olho para o céu a noite, vejo brilhar centenas de estrelas, que de longe parecem tão frias e insignificantes. Ao olhar mais profundamente, percebemos que aquele ponto de luz e muito mais importante do que previamente achamos, e que provavelmente aquele corpo celeste, possui mais significância do que nos mesmos. Ao olhar para o vazio, uma das sensações que mais me ocorrem, e o sentimento de plenitude.

Por que uma estrela brilha? O que é uma estrela? Que criança já não se perguntou sobre isso algum dia. Qual é o meu papel no universo? Ou melhor dizendo, o que é o Universo? Não é a toa que algumas pessoas prefiram respostas rápidas e simples para o seus dilemas, quase como um calmante para a suas tensões mentais. Olhar para o vazio, nos faz sentir plenos, mas ao mesmo tempo nos torna insípidos.

De 200 bilhões de galaxias, vivemos em uma, que possui ao todo, mais de 200 bilhões de estrelas. Por que deveríamos ser assim tão especiais? Tão superiores a tudo que já existiu, ou, existirá. Com que direito nos chamamos de "seres inteligentes"? Por acaso solucionamos todos os problemas do Universo? Claramente a resposta é não. Muito menos solucionamos os problemas existentes em nossa mente. As estrelas brilham, e isso elas fazem muito bem, não por causa de nossa existência, elas apenas brilham. Todo o Universo existe, interage e se transforma, sem ser necessária a ação do homem. Orás, o homem é apenas uma parte do Universo.

Somos material de estrelas, ligados ao mais distante e frio brilho de uma supernova. Ilhados pela escuridão do Universo, desesperadamente tentando encontrar um significado para nossas vidas. Munidos unicamente da capacidade de nos "auto-convencer" de que somos os senhores do mundo, mestres do universo, controladores do tempo.

A maior presunção advinda do intelecto humano, e achar que tudo gira ao seu redor, quando na verdade, somos pó. Poeira de estrelas, primatas egocêntricos, mamíferos narcisistas. Humanos, demasiadamente humanos.
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O centro de tudo, o foco de nada - E outros equívocos humanos.

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 "E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti".
Friedrich Nietzsche





Quando olho para o céu a noite, vejo brilhar centenas de estrelas, que de longe parecem tão frias e insignificantes. Ao olhar mais profundamente, percebemos que aquele ponto de luz e muito mais importante do que previamente achamos, e que provavelmente aquele corpo celeste, possui mais significância do que nos mesmos. Ao olhar para o vazio, uma das sensações que mais me ocorrem, e o sentimento de plenitude.

Por que uma estrela brilha? O que é uma estrela? Que criança já não se perguntou sobre isso algum dia. Qual é o meu papel no universo? Ou melhor dizendo, o que é o Universo? Não é a toa que algumas pessoas prefiram respostas rápidas e simples para o seus dilemas, quase como um calmante para a suas tensões mentais. Olhar para o vazio, nos faz sentir plenos, mas ao mesmo tempo nos torna insípidos.

De 200 bilhões de galaxias, vivemos em uma, que possui ao todo, mais de 200 bilhões de estrelas. Por que deveríamos ser assim tão especiais? Tão superiores a tudo que já existiu, ou, existirá. Com que direito nos chamamos de "seres inteligentes"? Por acaso solucionamos todos os problemas do Universo? Claramente a resposta é não. Muito menos solucionamos os problemas existentes em nossa mente. As estrelas brilham, e isso elas fazem muito bem, não por causa de nossa existência, elas apenas brilham. Todo o Universo existe, interage e se transforma, sem ser necessária a ação do homem. Orás, o homem é apenas uma parte do Universo.

Somos material de estrelas, ligados ao mais distante e frio brilho de uma supernova. Ilhados pela escuridão do Universo, desesperadamente tentando encontrar um significado para nossas vidas. Munidos unicamente da capacidade de nos "auto-convencer" de que somos os senhores do mundo, mestres do universo, controladores do tempo.

A maior presunção advinda do intelecto humano, e achar que tudo gira ao seu redor, quando na verdade, somos pó. Poeira de estrelas, primatas egocêntricos, mamíferos narcisistas. Humanos, demasiadamente humanos.

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