undefined
06:14 - 0

Como Star Wars Matou o Cinema dos 70?

G.L MEDIA - 06:140Como Star Wars Matou o Cinema dos 70? Texto: Gabriel Lima Fontes: IMDB Passado o explendor das décadas de 50 e 60, o cinema americano (ou...

undefined
09:43 - 0

Os Limites da Vigilância: Os Ataques Terroristas na Europa

G.L MEDIA - 09:430Os Limites da Vigilância: Os Ataques Terroristas na Europa Texto de Gabriel Lima Fontes: The Atlantic, Zygmunt Bauman e Jean Beaudrillard George Orwell em seu famoso...

undefined
08:43 - 0
,

O Teste de Bechdel: Detector de machismo literário?

G.L MEDIA - 08:430O Teste de Bechdel: Detector de machismo literário? Texto de Gabriel Lima O teste de Bechdel, analisa se um filme ou uma obra literária, possui um...

undefined
15:39 - 0

Filosogames: Max Payne 3 - O fardo do homem branco/American Hero

G.L MEDIA - 15:390Filosogames: Max Payne 3 - O fardo do homem branco/American Hero Durante as filmagens do filme "Os Mercenários" Stallone teria dito, que o povo brasileiro gosta...

undefined
09:00 - 0

Os Limites da Propaganda (Divulguem)

G.L MEDIA - 09:000Os Limites da Propaganda (Divulguem) Uma propaganda da Universidade São Judas, passou despercebida pelos olhos do grande publico, no entanto, não deste que escreve. A propaganda...

undefined
15:36 - 0

Análise de filmes: Gravidade (2013)

G.L MEDIA - 15:360Análise de filmes: Gravidade (2013) Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da...

undefined
15:34 - 0

Estratigrafia Cultural: A Relação entre Culturas

G.L MEDIA - 15:340Estratigrafia Cultural: A Relação entre Culturas A cerca de 515 anos, o território que hoje compõem o Brasil, não havia sofrido a influencia da cultura europeia....

undefined
19:38 - 0

George Orwell: 1984

G.L MEDIA - 19:380George Orwell: 1984 Uma visão alarmante sobre um distópico regime totalitarista baseado obviamente nas experiencias nazista, e stalinista do século xx. Orwell de forma magnifica narra...

undefined
11:19 - 0

NOVA SÉRIE DE POSTS EM BREVE!!

G.L MEDIA - 11:190NOVA SÉRIE DE POSTS EM BREVE!! Se você gostou de nossas séries de artigos, "Deus existe?" e "Histórias de Fantasia são Racialistas?", estamos preparando mais uma...

undefined
13:37 - 0

MITOS MODERNOS: ALIENÍGENAS - DA COSMOLOGIA ANTIGA À COSMOLOGIA ATUAL

G.L MEDIA - 13:370MITOS MODERNOS: ALIENÍGENAS - DA COSMOLOGIA ANTIGA À COSMOLOGIA ATUAL Texto de Gabriel Lima No período antigo, filósofos e pensadores já se indagavam sobre a possibilidade...

undefined

Texto de Gabriel Lima
Fontes: Scientific American Brasil, Miguel Nicolelis

Ele tem o seu mesmo DNA, seus mesmos genes, sua aparência e até poderá ter as mesmas doenças que você. Então o seu clone, seria você?

"SER OU NÃO SER"

A resposta pra essa pergunta é um simples e direto não, mas a explicação do porque não é mais complicada. Para começar é difícil definir o que é "ser" em termos físicos e biológicos. Os átomos que atualmente fazem parte do seu corpo, não são os mesmos que "você" tinha à cinco anos atrás, nesse período o seu corpo simplesmente se reconstruiu através da matéria que você consumiu. Lembra aquele churrasco que você teve com seus amigos em 2010, provavelmente aquele espetinho de porco, compõe hoje, alguma parte de seu corpo. Para falar a verdade o tempo todo estamos expulsando e absorvendo matéria, seja pela ingestão de alimentos, ou pela respiração. Se em média uma pessoa vive 80 anos, então ela terá trocado totalmente de átomos, cerca de 16 vezes ao longo da vida. Veja o escritor desse artigo mesmo, com apenas 22 anos, um jovem apenas, já teria segundo esse calculo trocado totalmente de átomos cerca de 5 vezes, isso sem contar o período de crescimento entre os 0 e 8 anos e a puberdade. Então quem sou eu?

Biologicamente as coisas ainda não são animadoras para o eu. Nosso corpo é composto de bilhões de células, mais do que as estrelas da Via Láctea. Cada uma dessas células realizam funções diversas no corpo e possuem formas diferentes. No topo da hierarquia das células se encontram as células nervosas, ou neurônios, que comandam o sistema nervoso do corpo, e outros tantos sistemas. Quando pensamos em comer sorvete, nossos neurônios pensaram antes de nós. Quando vemos aquele conhecido na rua, e esquecemos o nome do fulano, nosso cérebro inicia uma verdadeira força tarefa digna de repartições publicas para encontrar os dados daquele tal conhecido anonimo. Pouco fica no controle do "eu" que nada mais é biologicamente e neurologicamente falando, do que a soma de todas as células trabalhando em conjunto. A consciência, o "eu" é a ponta do Iceberg.

VOCÊ PENSA, LOGO EU EXISTO?

Como animais sociais, vivemos em grandes e complexos grupos. Segundo a neurociência a consciência surge da necessidade de entender o outro e de entender à si mesmo. Já comentamos sobre isso no post teoria da mente à algum tempo atrás. Imaginamos uma situação bastante corriqueira para qualquer primata que se de o respeito de assim ser chamado. Você vai entrar em um novo grupo social (faculdade, escola, trabalho ou cidade), e não sabe como se comportar, você vai sentir aquela "boa" e velha timidez, e vai sorrir desconfortavelmente pelo resto do dia, até começar à se acostumar com a ideia. Essa experiencia mostra como somos suscetíveis ao olhar do outro, e como nossas mentes estão voltadas para o exercício da sociabilização. Ademais, nosso comportamento, nossos trejeitos, nossa fala e boa parte de nossos pensamentos, não advêm de nos mesmos, e sim de outros. Falamos a linguá portuguesa porque nossos país assim nos ensinaram. Vestimos de uma determinada maneira, porque assim nos acostumaram. Assistimos determinados filmes, e lemos determinados livros, de acordo com nossas vivencias. Isso explica por que as vezes dois irmãos gêmeos univitelinos, podem ser tão diferentes. "Então se nada do que eu penso, vem de mim, repito a pergunta, quem diabos sou eu?"

A resposta para essa pergunta, e a do clone, são basicamente as mesmas. Um clone não seria você, porque o mesmo seria composto de átomos diferentes, e provavelmente ao longo da vida trocaria seus átomos, por outros átomos que você jamais teria. Dependendo de sua vida, sua alimentação, o clone poderia ser diferente de você mesmo tendo os mesmos genes, já que eles seriam utilizados de formas diferentes. As vivencias sociais também o moldariam diferente de você, caso você ele fosse criado por uma família conservadora e você por anarquistas ateus, o comportamento de um pareceria alienígena para o outro.

A resposta para o "quem sou eu?" é simples, você é à cada 5 anos uma massa de átomos diferentes que realizam funções químicas no ambiente, esses átomos se organizam em moléculas, essas moléculas em proteínas e essas proteínas em células. Essas células vivem em constante troca química com o meio ambiente e seu comportamento é baseado no seu código genético. Essas células logo compõe o que você se chama de eu. Seus sistema nervoso, um grupo de células que respondem ao meio, absorvem as informações externas e moldam aos poucos o seu comportamento, seus gostos, seus vícios, seus ódios e seus amores. Somos uma metamorfose ambulante, como diria Raul Seixas, e para quem aprecia à natureza, isso é mais belo do que achar que somos "providencia divina, feita em carne".

GOSTOU DO POST? COMPARTILHE NOS LINKS ABAIXO E AJUDE NOSSO SITE


undefined
18:34 - 0

POR QUE FAZEMOS SEXO?

G.L MEDIA - 18:340POR QUE FAZEMOS SEXO? TEXTO DE GABRIEL LIMA Existem atualmente 7 bilhões de pessoas no planeta Terra, e esse numero aumenta à cada dia que passa....

undefined

TEXTO DE GABRIEL LIMA

O controverso game da empresa  Rockstar, proibido em vários países, inclusive no Brasil, conquistou espaço na mídia, do que nas prateleiras das lojas, obtendo um certo sucesso com os gamers. O game em que coloca você no papel de Jimmy Hopkins, um problemático garoto adolescente, que é transferido para um internato depois que sua mãe sai para uma lua de mel de um ano, após se casar com um cara rico. Jimmy deve conquistar seu espaço nessa verdadeira selva, onde cão come cão. Alias cão como cão em latim é Canis Canen, nome dado ao game na Grã-Bretanha.

Bully foi criticado devido a sua jogabilidade "violenta" e sua "apologia ao Bulllyng". Qualquer um que joga os games dos estúdios da Rockstar, sabe que sua marca registrada e o sarcasmo e a sátira. Grand Theft Auto, a serie mais conhecida da desenvolvedora, faz ferrenhas considerações sobre o mundo pós moderno, dominado pelas grandes empresas, marcado pelo consumerismo e dominado por políticos corruptos. Red Dead Redemption, outro game da Rockstar, ambientado no velho oeste americano, satiriza um período da História americana romantizado em filmes e livros. Podemos citar aqui vários outros exemplos de outros games da empresa, mas para sermos breves, vamos direto ao game em foco.

"AH QUEIMADA! COMO EU ADORO O SOM DE GAROTOS CHORANDO PELA MANHÃ"

Nerds
A frase do subtitulo acima, é dita pelo professor de educação física de Bullworth, escola em que a maior parte do game se passa. Um internato bem ao estilo inglês, Bullworth possui uma péssima reputação, como diz Jimmy Hopkins, personagem principal no inicio do game, "a escola conhecido por formar advogados corporativos, Assassinos em série e todo tipo de mal elementos". Ao andar pelo terreno da escola, o jogador pode encontrar um grande quantidade de jovens, que se dividem em diferentes tribos.

  • Os Nerds: Desprovidos de habilidades sociais, e frequentadores da biblioteca, os nerds em Bully passam a maior parte do tempo jogando RPG de mesa e construindo armas para enfrentar os Bullys
  • Os Greasers: Os Bad Boys do game, vestidos em couro e brilhantina, os rebeldes sem causa da cidade e escola de Bullworh.
  • Os Jocks: Extremamente fortes e extremamente burros, membros do time de futebol americano da escola, e grupo dominante na hierarquia de Bullworth
  • Os Preppies: Jovens ricos e mimados, que se acham superiores à todos, agindo como ingleses e praticantes de Boxe.
  • Os Bullies: Jovens que passam o tempo todo arrumando confusão e brigando.

Essas diferentes são dominadas aos poucos pelo personagem principal, e suas atitudes e seus modos de ser são revelados ao jogador, em uma série de comentários satíricos. Bom, agora que o game está apresentado, podemos partir para a nossa análise. O game Bully é uma sátira do sistema educacional americano? Por sua exacerbação dos problemas educacionais americanos, o game foi tão condenado?

As sátiras tem o poder de mostrar situações e comportamentos, que por vezes tendemos a esconder. Grandes exemplos de sátiras modernas, são os filmes do comediante e ator Sacha Baron Cohen (Borat, O Grande Ditador), e o canal brasileiro "PORTA DOS FUNDOS". Ao fazer uma sátira, por exemplo, sobre o estado laico brasileiro, e demonstrar nessa sátira que a religião cristã ainda e dominante na politica brasileira, o canal "PORTA DOS FUNDOS", expõem uma situação que muitos ainda negam, mas é evidente quando se faz uma análise mais profundo. Os games da Rockstar sofrem com criticas de grupos conservadores, devido ao seu conteúdo debochado, e repleto de criticas ao modelo de vida americano.

"SEM EXPULSÕES ESSE MÉS, EU ESTOU FICANDO FROUXO?

Uma das primeiras coisas que um percebe, ao salvar o game Bully, é que alguns jovens foram deixados de lado, sem estudar, por não conseguirem pagar a anuidade da escola. Jovens pobres que vivem na periferia industrial da cidade de Bullworth, vitimas de um sistema de ensino desigual. Como se sabe, nos Estados Unidos a maioria das universidades são privadas, o que dificulta o acesso da população pobre nessas faculdades. Muitas faculdades como Harvard, Yale e Princeton, funcionam através de aplicações financeiras de capital doado por ex-alunos. Jovens de família rica possuem facilidade para entrar nessas universidades, que não possuem um vestibular, somente entrevistas e alguns testes. Essa desigualdade no ensino, reflete a desigualdade social no país. A escolas publicas americanas, sofrem sérios problemas, e recebem baixas notas para um país desenvolvido. Além disso, escolas em zonas periféricas, sofrem em muitas cidades com ondas de violência, gangues e drogas. Escolas privadas, possuem notas altas, e servem como mais uma ferramenta de divisão de classes, já que somente uma pequena elite se forma nessas escolas, aproximadamente 9% da população de jovens em idade escolar.

No game o jogador tem a opção de frequentar aulas de algumas matérias como - Inglês, Matemática, Biologia, Artes, Educação Física e Química. Essas aulas nada acrescentam para a personalidade do personagem principal, que apenas ganha habilidades para o game, e alguns itens. Assim como em muitos países, o ensino público americano, é voltado para a formação da classe trabalhadora, e exige apenas a absorção de algumas habilidades voltadas ao mercado de trabalho, ao invés de fomentar o senso critico e formar futuros pensadores. A escola em Bully, é demonstrada como um local de exclusão, segregação e corrupção, refletindo certas realidades da educação americana que poucos gostam de comentar. Como a facilitação que os alunos membros dos times possuem nas matérias, por parte dos professores, já que os campeonatos escolares são por vezes até televisionados nos EUA. E o fato de alguns professores, criarem divisões entre os alunos, e ignorarem os abusos cometidos entre eles.

RUSSEL! ESMAGA!

Muito foi comentado de que o game incitava o comportamento que ficou conhecido como "bulling". No entanto, os disseminadores dessas criticas, membros de grupos conservadores parecem não levar em conta os fatores sociais que levam um garoto ou garota, a cometer atos violentos, sejam eles verbais ou físicos. No game a maioria dos Bullies são jovens problemáticos, com famílias desestruturadas ou fortes traumas. É possível ouvir alguns desses jovens, falando coisas como "por que eu acho garotos bonitos", ou comentado à respeito da ausência de suas famílias, claro que tudo isso em tom satírico. O próprio protagonista, Jimmy sofre com a ausência de sua mãe, uma viuvá que não para em um casamento sequer e negligencia Jimmy por completo. O sistema competitivo das escolas também geram os comportamentos agressivos, onde os jovens tentam de todas as formas serem melhores do que os outros.

Bully como uma sátira, cospe de volta na cara da sociedade, toda sua podridão e suas contradições, por isso o game foi tão criticado, e por isso o game é tão amado por seus fãs, que aguardam ansiosamente uma continuação (inclusive eu).




undefined
"Canção do Sul" de 1946, lançado somente em VHS, e banido dos cinemas devido ao seus temas racistas
TEXTO DE GABRIEL LIMA

Nas duas ultimas partes dessa série, analisamos histórias de fantasia consideradas adultas. Mesmo "O Senhor dos Anéis" se caracterizando como uma história livre de público, devido a sua complexidade o mesmo é mais apreciado por uma audiência adulta. Mas e quanto as histórias voltada para as crianças? Elas estimulam o pensamento racista?

Hoje em dias as Histórias de fantasia voltadas para crianças tem se concentrado nos filmes de animação, principalmente das duas gigantes do ramo, Disney e Dreamworks. Ambas americanas, destilam ideologias estadunidenses para o mundo todo, focando o publico infantil. A mais antiga delas, a Disney tem um histórico obscuro quanto ao racismo. Várias produções da empresa, principalmente pré década de 50, possuíam temas e narrativas racistas com personagens estereotipados. Embaixo listamos alguns desses

CANNIBAL CAPERS, 1933 (DISNEY)



Neste curta animado da Disney, nativos africanos são demonstrados como selvagens e canibais. A sua constituição física também degradante, da uma impressão de "deformação" e exacerbação de determinadas características, como as barrigas grandes, e os beiços desproporcionais. Esse desenho foi feito em uma época onde as ideias racialistas ainda eram muito fortes. Nos Estados Unidos ainda se mantinha o regime de segregação aos negros no sul e em vários outros estados. Em países da Europa cresciam cada vez mais as ideologias raciais, não somente na Alemanha, como alguns acham.

FANTASIA 1940



No filme Fantasia, a Disney se deu ao trabalho de criar uma raça de Centauros negros com esteriótipos físicos, que serviam os Centauros brancos. Precisa mais do que isso?

DUMBO 1941



Os corvos no filme Dumbo foram propositalmente feitos para lembrarem afro-americanos, no entanto, de forma estereotipada e degradante.

ALADDIN 1992

  
Lançado no contexto da guerra do Golfo Pérsico, Aladdin mostra as populações árabes como salvagens e bárbaros. Em uma das muitas canções do filme, é dita a frase "Where they cut off your ear if they don’t like your face./It’s barbaric, but hey./It’s home” (Onde eles cortam sua orelha se eles não gostarem da sua cara./ É bárbaro, mas ei. É nosso lar).

O LIVRO DA SELVA 1967



No filme O Livro da Selva, a empresa atingiu um grau de escrotidão inimaginável ao demonstrar os macacos no filme, com claros esteriótipos negros, desde o comportamento, até a aparência.

Esses são apenas alguns dos muitos exemplos que podemos dar em relação a racismo em produções infantis de fantasia. Outros produções de outras empresas, e outros países, dispersam ainda esteriótipos para as populações. No entanto, quando essas ideologias são passadas para crianças, o assunto é mais complicado. Incapazes de perceber a intenção por trás de tal imagens, os pequenos apenas absorvem inconscientemente o que está sendo passado. Nada aqui de baboseira sobre mensagens subliminares, que se tornaram famosas na internet, o racismo nessas produções é algo tangível e execrável.

QUER SABER MAIS?















undefined
16:06 - 0

Homenagem aos 70 anos de Elis Regina acontece em maio no Anhembi -

G.L MEDIA - 16:060Homenagem aos 70 anos de Elis Regina acontece em maio no Anhembi - A cantora Elis Regina completaria 70 anos dia 17 de março. E para...

undefined

TEXTO DE GABRIEL LIMA

Quantas vezes esse tema já não foi abordado na literatura, no cinema e nos videogames. Podemos citar aqui alguns exemplos bem conhecidos; "O Exterminador do Futuro", "Matrix", "Eu, Robo", "Mass Effect" e entre muitos outros. Todas essas histórias abordam uma possível guerra entre orgânicos e mecânicos, humanos e maquinas. Mas de onde emergiu esse pensamento?

GOLEMS E GIGANTES DE BARRO


Muitos mitos antigos já mencionavam criaturas inorgânicas criadas pelo homem ou pelos deuses para servi-los em suas necessidades. Essas criaturas muitas vezes feitas de barro, bronze ou ferro, eram movidas por uma alma, colocada em seus corpos através de magia.  No Talmud, um texto Judaico escrito entre 200 d.C e 500 d.C, Adão teria sido inicialmente criado como um Golem. Todos os Golens nas tradições judaicas, eram concebidos através do barro e do material divino, e não possuíam o dom da fala.

Durante anos o misticismo judaico estudou os textos da Torá ou do Talmud, em busca de uma forma de se criar um Golem. Por volta de 1630 e 1650, um rabino chamado Eliyahu, clamava ter criado um Golem. Segue abaixo o relato de um cabalista polonês contemporâneo a Eliyahu:

E eu ouvi, em um certo e explicito tom, de várias personalidades respeitaveis que um homen vivendo proximo ao nosso tempo, o qual o nome  é R. Eliyahu, o mestre do nome, que fez uma criatura à partir da matéria e forma, e aquilo realizou trabalhos pesados para ele, por um longo periodo, e o nome Emet estava pendurado em seu pescoço, até que ele finalmente o removeu por alguma razão o nome de seu pescoço e virou pó.(Idel, Moshe (1990)
O modo como o golem e apresentado, servindo ao seu mestre em trabalhos pesados, se assemelha em muito ao modo como vemos os robôs hoje em dia. No episódio "O Segundo Renascer: Parte 1 de  "Animatrix", os robôs eram utilizados na construção e em atividades periculosas. No game "Mass Effect", os Geth, foram criados pela raça alienígena dos "Quarians" para ajuda-los em tarefas árduas.

Durante o periodo moderno, vários outros cientistas, engenheiros e mecânicos, tentariam criar um ser artificial, utilizando a tecnologia de sua época. Essa pratica claramente influenciada por mitos antigos e a propria noção da raça humana como criação "à partir do barro", segundo a tradição judaico-cristã, influenciaria por anos o pensamento literário.

O MONSTRO DE MARY SHELLEY

Mary Shelley
Em 1818 seria publicado o livro "Frankenstein; or, The Modern Prometheus", da escritora inglesa Mary Shelley. Em seu livro uma criatura é concebida através de métodos antiéticos e grotescos, pelo jovem estudante de ciência Victor Frankenstein. O livro repleto de temas filosóficos, no tocante a criação e o relacionamento da criatura com seu criador, influenciou e continua à influenciar a literatura. Mary em um discurso certa vez, comparou o monstro de Frankenstein com Adão, citando uma passagem do livro "Paraíso Perdido" de John Milton.

E eu requisitei à ti, criador, que do meu barro
Me moldar homen? Eu solicitei a ti
Da escuridão tu me promovestes.

O conflito inerente entre criatura e criador, estava em grande evidencia no trabalho de Mary Shelley, e viria a influenciar as histórias sobre os seres mecânicos que tanto habitam nosso imaginário.

O PRIMEIRO "ROBÔ"

O termo robô foi utilizado pela primeira vez para denotar um automata fictício, pelo escritor tcheco Karel Capek. A palavra Robõ vem do idioma tcheco e significa "servo".

O robô de Eric


Um dos primeiros robôs humanoides a serem apresentados, foi o robô de Eric, na exibição anual da Sociedade de Engenheiros de Londres. O robô consistia de um corpo solido de alumínio, e onze eletroímãs movidos por um motor de 12 volts, que moviam sua cabeça e seus braços, por controle remoto. 

Dai para frente a industria iria se apropriar das invenções dos engenheiros, e conceberiam centenas de maquinas programadas, que construiriam carros e realizariam funções diversas. O avanço das tecnologias de informação, levariam a criação de computadores, baseados na "Maquina de Turing", e novas tentativas de criar um robô com inteligencia artificial surgiriam, influenciando os escritos de Isaac Asimov, que por sua vez influenciaria toda uma geração de escritores de ficção cientifica.

OS ROBÔS DE HOLLYWOOD

A literatura possui um poder magnifico, ao moldar as ideologias e os pensamentos de uma época, e a noção de uma maquina se rebelando contra os seres humanos não escapa disso. Durante a segunda metade do século XX, as produções cinematográficas hollywoodianas iriam inundar o mundo com o pensamento americano. Várias produções, influenciadas pela literatura, demonstravam robôs conscientes, e muitas vezes rebeldes. Para não prolongar nossa discussão, citaremos aqui talvez o exemplo mais conhecido, o computador de bordo da Discovery no filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço", o famoso HAL 9000.

Ao se rebelar contra os tripulantes da espaçonave, HAL age como um humano, tentando desesperadamente se salvar de um possível desligamento por mal funcionamento. HAL, ao olhar de Kubrick, é uma alegoria do avanço cientifico e da mecanização da vida

Após o impacto do filme de Stanley Kubrick, Hollywood contrairia uma "febre robótica" e centenas de filmes abordando tema sairiam, alguns ridículos e extremamente "toscos" em essência, e outros que levantaram questões significativas e entreteram as multidões, como o T -800 de "O Exterminador do Futuro". Entre outros podemos citar também Blade Runner.

HUMANOS = VÍRUS - ROBÔS = CURA

Durante os últimos quarenta, cinquenta anos novas visões acerca da humanidade tem sido debatidas em constância. Uma visão menos humanista e mais ecológica, tem ganhando a atenção de vários pensadores. A antiga noção de que a raça humana era "detentora" do planeta e de suas formas de vida, vem caindo por terra. A causa principal e a degradação do meio ambiente, causada pelo avanço industrial, que causa, além de outros resultados, o aquecimento global. Essas visões moldariam o pensamento de vários literários e jovens escritores, que deixariam de "endeusar" a especie humana, e começariam a demonstra-la como algo falível e potencialmente destrutivo.

T-800 e John Connor

O filme de James Cameron "O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final", aborda essa questão, mostrando que ao contrário do que se pensava, foram os seres humanos em sua cobiça que iniciaram sua própria destruição. No filme o personagem de Arnold Schwarznegger, um robô reprogramado e enviado para o passado para salvar o líder da resistência humana John Connor, passa por um processo de humanização, aprendendo a "amar" e a proteger. No final do filme, em uma fala profética a mãe de Connor, Sarah comenta que "Se uma maquina pode aprender a amar, talvez um dia nos conseguiremos fazer o mesmo".

No filme "Matrix", o antagonista Smith, um agente das maquinas, faz um discurso bastante sombrio sobre a humanidade. Smith compara os seres humanos à um vírus, que migra de corpo em corpo os destruindo. Essa visão bastante influenciada pelo Zeitgeist (espirito da época), onde a humanidade, falível e volátil, acabaria por se destruir. 

O MITO

Como podemos ver através dessa análise, o mito de uma possível "revolução das maquinas" tem mais a ver com nós mesmos, do que com simples robôs. A ideia de que continuaremos avançando eternamente e um dia nos tornaremos "deuses" ao ponto de realizarmos o ato da criação, e o ponto inicial de todas as tentativas de se criar uma inteligencia artificial. Em nossa busca por avanço tecnológico, destruímos boa parte do planeta e somente agora estamos nos dando conta disso. Uma maquina em sua infinita sabedoria e capacidade de pensar, logo através de uma equação simples e rápida decidiria que os seres humanos seriam incapazes de viver em comunhão com o planeta e consigo mesmos, e os destruiria. Mas tal maquina ainda não existe, e a noção de que somos seres destruidores e um mal para o planeta, advém de nossas próprias mentes. "Ó trágico momento, em que nos tornamos os vilões de nossas próprias histórias". Que esse momento sirva de reflexão.

"OH DAISY!"
















Como Star Wars Matou o Cinema dos 70?

Os Limites da Vigilância: Os Ataques Terroristas na Europa

O Teste de Bechdel: Detector de machismo literário?

Filosogames: Max Payne 3 - O fardo do homem branco/American Hero

Os Limites da Propaganda (Divulguem)

Análise de filmes: Gravidade (2013)

Estratigrafia Cultural: A Relação entre Culturas

George Orwell: 1984

NOVA SÉRIE DE POSTS EM BREVE!!

MITOS MODERNOS: ALIENÍGENAS - DA COSMOLOGIA ANTIGA À COSMOLOGIA ATUAL

UM CLONE SEU, SERIA VOCÊ? E OUTRAS QUESTÕES SOBRE A EXISTÊNCIA DO "EU"

POR QUE FAZEMOS SEXO?

FilosoGames: "Bully", e o Sistema Educacional Americano

Histórias de Fantasia são Racialistas? Parte Final - "Disney: O Mundo Encantado do Racismo"

Homenagem aos 70 anos de Elis Regina acontece em maio no Anhembi -

Mitos Modernos - "A Revolução das Maquinas"