Posted by G.L MEDIA
15:36
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Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade.
Friedrich Nietzsche
Essa frase do filosofo austríaco Friedrich Nietzsche, nos faz pensar sobre as diversas formas de escapismo, que a mente humana criou para lidar com a bruta realidade, resume em parte o estado psicológico da protagonista do filme Gravidade (2013), do diretor Alfonso Cuaron. A doutora Ryan Stone, uma médica que recentemente parece ter aderido ao programa espacial norte-americano, com a construção de um componente para o Telescópio Hubble, enfrenta a depressão, após a morte de sua única filha. Ryan interpretada por uma das minhas menos favoritas atrizes norte-americanas, Sandra Bullock, se afunda cada vez mais em uma depressão, que a leva aos mais profundos abismos de sua alma, e para o maior abismo de todos: o espaço!
E aqui que os simbolismos desse fantástico filme começam!
O ESPAÇO COMO UMA METÁFORA DA DEPRESSÃO
Só quem já passou por um período depressivo, sabe como um pensamento ruim, pode ocasionar outros pensamentos, e quando nos damos conta de nossa situação, estamos vagando sem rumo pelos abismos de nossa mente, tentando fugir de uma constante massa de pensamentos obscuros. Esses pensamentos são representados no filme, como os destroços dos satélites e das estações, que vorazmente ameaçam a vida da protogonista.
Escapar desses pensamentos requer coragem e força de vontade, o que normalmente alguém que passa por uma depressão não possui. No entanto, partes de nossa mente tendem a nos dizer que é inútil se isolar na escuridão, e a melhor coisa a fazer e tentar voltar a realidade, ou simplesmente, enfrentar a gravidade e fincar os dois pés no chão.
O espaço no filme também visto como um espaço estéril, ou seja, onde a vida não pode existir, assim como na depressão. Não se pode viver enquanto não se experimenta vida, e alguém em depressão, passará pela vida como apenas mais um objeto, sem usufruir os bons momentos. A vida somente é possível, fora da escuridão, a vida só é possível quando à aceitamos.
E o que mais motiva a vida, do que a iminência da morte? Após a trágica morte de Matt Kowaski, interpretado por George Clonney, a doutora Stone, se vê "obrigada" de certa forma a sobreviver, e ao mesmo tempo, inconscientemente a mesma começa a querer viver novamente, e não mais vagar à esmo. A terra, ou a vida, se torna o seu destino, mas pra isso ela precisa nascer de novo, e essa cena abaixo diz tudo.
A TERRA COMO UMA METÁFORA DA VIDA
A terra ao menos, pelo que sabemos até agora, é o único planeta no universo, que possui vida. Essa é uma afirmação bastante egocêntrica e principalmente Antropocêntrica, no entanto, somos humanos, e inescapavelmente antropocêntricos. Na mente do diretor e roteirista Alfonso Cúaron, a terra e um simbolo de vida e felicidade, no qual a doutora Ryan Stone, e recebida de braços abertos, após a mesma enfim vencer a escuridão do universo.
O FOGO E A ATMOSFERA: CATARSE
Em diversas culturas, principalmente de origem Indo-Ariana(persa e hindu), o fogo possui uma característica essencialmente purificadora. O fogo limpa os elementos maléficos do corpo, e conduz a alma ou o objeto a um patamar mais elevado. O fogo no filme, representado pela entrada da doutora Ryan Stone na atmosfera, conduz uma limpeza em seu corpo, limpando os últimos resquícios de sua depressão.
Após a entrada, a doutora e recebida por outro elemento simbólico de purificação, e o elemento primordial da vida: a água. A doutora é banhada pelo elemento primordial e ganha vida através da ingestão.
A ultima cena desse filme, é uma das mais icônicas em minha opinião, Ryan sai da água, e enfrenta a gravidade, ficando em pé, demonstrando que a gravidade não mais é um fardo para ela, ou seja, a vida não lhe é mais um fardo.
Se você gostou desse post, acompanhe mais análises de filme clicando AQUI!
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Análise de filmes: Gravidade (2013)
15:36
Quando se coloca o centro de gravidade da vida não na vida mas no "além" - no nada - tira-se da vida o seu centro de gravidade.
Friedrich Nietzsche
Essa frase do filosofo austríaco Friedrich Nietzsche, nos faz pensar sobre as diversas formas de escapismo, que a mente humana criou para lidar com a bruta realidade, resume em parte o estado psicológico da protagonista do filme Gravidade (2013), do diretor Alfonso Cuaron. A doutora Ryan Stone, uma médica que recentemente parece ter aderido ao programa espacial norte-americano, com a construção de um componente para o Telescópio Hubble, enfrenta a depressão, após a morte de sua única filha. Ryan interpretada por uma das minhas menos favoritas atrizes norte-americanas, Sandra Bullock, se afunda cada vez mais em uma depressão, que a leva aos mais profundos abismos de sua alma, e para o maior abismo de todos: o espaço!
E aqui que os simbolismos desse fantástico filme começam!
O ESPAÇO COMO UMA METÁFORA DA DEPRESSÃO
Só quem já passou por um período depressivo, sabe como um pensamento ruim, pode ocasionar outros pensamentos, e quando nos damos conta de nossa situação, estamos vagando sem rumo pelos abismos de nossa mente, tentando fugir de uma constante massa de pensamentos obscuros. Esses pensamentos são representados no filme, como os destroços dos satélites e das estações, que vorazmente ameaçam a vida da protogonista.
Escapar desses pensamentos requer coragem e força de vontade, o que normalmente alguém que passa por uma depressão não possui. No entanto, partes de nossa mente tendem a nos dizer que é inútil se isolar na escuridão, e a melhor coisa a fazer e tentar voltar a realidade, ou simplesmente, enfrentar a gravidade e fincar os dois pés no chão.
O espaço no filme também visto como um espaço estéril, ou seja, onde a vida não pode existir, assim como na depressão. Não se pode viver enquanto não se experimenta vida, e alguém em depressão, passará pela vida como apenas mais um objeto, sem usufruir os bons momentos. A vida somente é possível, fora da escuridão, a vida só é possível quando à aceitamos.
E o que mais motiva a vida, do que a iminência da morte? Após a trágica morte de Matt Kowaski, interpretado por George Clonney, a doutora Stone, se vê "obrigada" de certa forma a sobreviver, e ao mesmo tempo, inconscientemente a mesma começa a querer viver novamente, e não mais vagar à esmo. A terra, ou a vida, se torna o seu destino, mas pra isso ela precisa nascer de novo, e essa cena abaixo diz tudo.
A TERRA COMO UMA METÁFORA DA VIDA
A terra ao menos, pelo que sabemos até agora, é o único planeta no universo, que possui vida. Essa é uma afirmação bastante egocêntrica e principalmente Antropocêntrica, no entanto, somos humanos, e inescapavelmente antropocêntricos. Na mente do diretor e roteirista Alfonso Cúaron, a terra e um simbolo de vida e felicidade, no qual a doutora Ryan Stone, e recebida de braços abertos, após a mesma enfim vencer a escuridão do universo.
O FOGO E A ATMOSFERA: CATARSE
Em diversas culturas, principalmente de origem Indo-Ariana(persa e hindu), o fogo possui uma característica essencialmente purificadora. O fogo limpa os elementos maléficos do corpo, e conduz a alma ou o objeto a um patamar mais elevado. O fogo no filme, representado pela entrada da doutora Ryan Stone na atmosfera, conduz uma limpeza em seu corpo, limpando os últimos resquícios de sua depressão.
Após a entrada, a doutora e recebida por outro elemento simbólico de purificação, e o elemento primordial da vida: a água. A doutora é banhada pelo elemento primordial e ganha vida através da ingestão.
A ultima cena desse filme, é uma das mais icônicas em minha opinião, Ryan sai da água, e enfrenta a gravidade, ficando em pé, demonstrando que a gravidade não mais é um fardo para ela, ou seja, a vida não lhe é mais um fardo.
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