Três sintomas de uma civilização em crise.
Favela em Mumbai, Índia.
   Por nosso pequeno planeta azul, centenas de civilizações e grupos humanos já existiram ao longo das eras. No entanto, por razões conhecidas ou desconhecidas, essas civilizações cessaram de existir, ou se desmembraram em dezenas de tribos e grupos. Talvez os casos mais conhecidos, seja o das civilizações americanas, Maia e Inca. Muito antes da chegada dos europeus, essas civilizações já decaiam. Por guerra, doenças ou mudanças naturais, essas civilizações foram riscadas do mapa, apesar de continuarem culturalmente até hoje em dia. Mas estaria nossa civilização moderna, sujeita a tais infortúnios, como as civilizações da antiguidade?


Os três sintomas de uma crise - Destruição ambiental

  Assim como um doente, que convalesce no leito de um hospital, nossa civilização se bem analisada, pode nos dar através de seus sintomas, um diagnóstico preciso de sua doença. Nossa civilização assim como um doente, precisou ser infectada ou adquirir essa doença, que aqui chamaremos de "males do progresso". Todos os problemas que nossa civilização atual enfrenta, foram de certa forma, corriqueiras em nossa história. Não é de hoje que sofremos com as mudanças climáticas. Os caçadores e coletores de outrora, enfrentaram as mudanças climáticas do fim da era do gelo, e a constante escassez de alimentos causada por essa mudança nas temperaturas. Povos neolíticos que habitavam o Egito, milênios antes da formação da  1° dinastia, já enfrentavam o male da desertificação. Causada nesse contexto pela agricultura. É claro que em nossos tempos, as mudanças climáticas são mais alarmantes do as de antigamente, mas se caçadores e coletores sobreviveram ao degelo, e agricultores neolíticos, sobreviveram à desertificação do solo, teríamos a capacidade de sobreviver também?
  O problema real, e a magnitude do problema. Hoje em dia, uma combinação assustadora de elementos estão desencadeando em mudanças climáticas jamais vistas. Com a noticia recém publicada, de que a quantidade de Dióxido de Carbono na atmosfera superou sua marca simbólica de 400 partes por milhão(fonte). Diariamente, a quantidade de materiais químicos que jogamos na atmosfera, rios e no solo, é assustadoramente enorme. O que rapidamente tem causado, a acidificação das águas, do ar e do solo, assim como o aumento das temperaturas médias. O que ocasiona um desequilíbrio bio-químico, levando centenas de especies a extinção. Por mais belas que sejam as iniciativas de parar esse ciclo, nos tornamos auto-dependentes desses materiais, caso fossemos abdicar de carros, computadores e da eletricidade, colocaríamos um fim em nos mesmos. O constante descaso com a natureza, e um dos sintomas de uma civilização em crise.


Os três sintomas de uma crise - Desigualdade social

   A desigualdade entre os membros de um grupo, gera quase sempre conflitos. Como fica atestado em diversos episódios de nossa história, quase sempre esses conflitos são violentos. Desde o colapso da idade do Bronze, até a revolução Cubana, as classes sociais de uma civilização, travam um conflito por uma qualidade de vida superior, como já dizia Karl Marx, "A história de todas as sociedades até os nossos dias não foi senão a história das lutas de classes." As desigualdades levam à revoluções, que muitas vezes podem levar ao declínio de uma civilização. Essa regra não é imutável  muitas civilizações se beneficiaram em suas revoluções, no entanto, utilizo nesse contexto a palavra revolução, como uma disputa interna entre os setores da sociedade, que pode levar a destruição da mesma. Somos todos testemunhas de um evento dessa ordem. A Síria vem a mais de dois anos, se autodestruindo em uma guerra civil sangrenta e impiedosa. Apenas um retrato do que pode ser tornar a sociedade global como um todo nas próximas décadas.

Os três sintomas de uma crise - Crescimento populacional sem controle


  Talvez o principal de todos os sintomas, seja o do crescimento populacional sem controle. Quanto mais pessoas, mais recursos são necessários. É só pensar em nossas vidas domésticas. Quando vivemos somente em dois, a necessidade não é tão grande, como quando vivemos em quatro. Os integrantes novos de nossas famílias, precisão comer, vestir e ter suas necessidades atendidas. O mesmo acontece com cada integrante novo de nossa especie. Pegue como exemplo a China, com seus 1 bilhão e 500 milhões de habitantes. O país sofre com deficit de energia, e de alimentos. Boa parte da população vive na pobreza, enquanto outros em um estado de semi segregação. A Índia pode ser usada como exemplo também. Um país de um pouco mais de 1 bilhão de habitantes, onde metade desses habitantes vivem em um estado de pobreza extrema, como mostrado na imagem acima, em níveis que assustariam até mesmo um morador de uma comunidade do Rio de Janeiro.
  Com os métodos contraceptivos, o número de nascimentos caiu, no entanto, somente em países desenvolvidos. A Europa atualmente, sofre com o envelhecimento de sua população, e a falta de jovens para ocupar as vagas no mercado de trabalho. Isso acontece devido ao sistema capitalista em que vivemos, onde esses indivíduos mais velhos, são um "fardo" para o governo, que tem que sustentá-los. O modelo capitalista exige que os seres humanos procriem, para que a economia se mantenha. Apesar da diminuição nos nascimentos em países desenvolvidos, países mais pobres como os da África subsaariana, e os da Ásia seguem na direção oposta. Segundo cálculos, nossa população vai atingir o número de 9 bilhões de pessoas em 2050. Fica a pergunta: como iremos alimentar 9 bilhões de seres humanos? Como o planeta ira sustentar um aumento da exploração dos recursos humanos?

Uma receita médica

    Essas são perguntas que devemos tentar responder nas próximas décadas. Caso contrário, iremos enfrentar a maior crise que a humanidade já enfrentou. A dez anos, já se pensava em criar uma sociedade mais ecológica e igualitária, mas como se viu, nenhuma das metas estipuladas foram concretizadas. Na contramão de nossos acordos, alguns países continuam teimando em utilizar combustíveis fosseis, ao invés de pesquisar fontes de energia renováveis e limpas. Sera que precisamos mesmo de tudo o que temos e consumimos? Ou boa parte do que utilizamos poderia ser descartado. Mas a mensagem principal que fica é a de que toda civilização que existiu nesse planeta, teve seu momento de gloria e avanços, e o seus momentos negros de destruição e caos. O nosso pode estar mais próximo do que imaginamos.



                                         
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1 comentários
  1. Muitas pessoas fingem não enxergar, mas nossa civilização está realmente em declínio. Não precisamos de muito esforço para percebermos isso, atualmente somos em 7 bilhões de pessoas e já estamos esgotando ao máximo os recursos naturais do nosso Planeta, estamos extremante poluindo o ar que respiramos e desmatando as nossas floresta, as poucas que resistem estão correndo o risco de desaparecer. O nosso Planeta não resistirá (não irá mais ter recursos naturais o suficiente para satisfazer as nossa necessidades e até a nossa sobrevivência) a 9 bilhões de pessoas. Hoje temos 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome, como será essa situação em 2050 quando atingirmos os 9 bilhões? Creio que já conseguimos prever.
    Um outro fator que pode levar ao declínio, ou até a destruição da nossa civilização são as armas nucleares. Todas as grandes potencias mundiais possuem armamento nuclear, se eclodir uma grande guerra, como a 2° Guerra mundial, isso irá levar a nossa destruição. E podemos ter uma noção do poder de destruição que essas armas possuem com o caso de Hiroshima.

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Três sintomas de uma civilização em crise.

17:33

Favela em Mumbai, Índia.
   Por nosso pequeno planeta azul, centenas de civilizações e grupos humanos já existiram ao longo das eras. No entanto, por razões conhecidas ou desconhecidas, essas civilizações cessaram de existir, ou se desmembraram em dezenas de tribos e grupos. Talvez os casos mais conhecidos, seja o das civilizações americanas, Maia e Inca. Muito antes da chegada dos europeus, essas civilizações já decaiam. Por guerra, doenças ou mudanças naturais, essas civilizações foram riscadas do mapa, apesar de continuarem culturalmente até hoje em dia. Mas estaria nossa civilização moderna, sujeita a tais infortúnios, como as civilizações da antiguidade?


Os três sintomas de uma crise - Destruição ambiental

  Assim como um doente, que convalesce no leito de um hospital, nossa civilização se bem analisada, pode nos dar através de seus sintomas, um diagnóstico preciso de sua doença. Nossa civilização assim como um doente, precisou ser infectada ou adquirir essa doença, que aqui chamaremos de "males do progresso". Todos os problemas que nossa civilização atual enfrenta, foram de certa forma, corriqueiras em nossa história. Não é de hoje que sofremos com as mudanças climáticas. Os caçadores e coletores de outrora, enfrentaram as mudanças climáticas do fim da era do gelo, e a constante escassez de alimentos causada por essa mudança nas temperaturas. Povos neolíticos que habitavam o Egito, milênios antes da formação da  1° dinastia, já enfrentavam o male da desertificação. Causada nesse contexto pela agricultura. É claro que em nossos tempos, as mudanças climáticas são mais alarmantes do as de antigamente, mas se caçadores e coletores sobreviveram ao degelo, e agricultores neolíticos, sobreviveram à desertificação do solo, teríamos a capacidade de sobreviver também?
  O problema real, e a magnitude do problema. Hoje em dia, uma combinação assustadora de elementos estão desencadeando em mudanças climáticas jamais vistas. Com a noticia recém publicada, de que a quantidade de Dióxido de Carbono na atmosfera superou sua marca simbólica de 400 partes por milhão(fonte). Diariamente, a quantidade de materiais químicos que jogamos na atmosfera, rios e no solo, é assustadoramente enorme. O que rapidamente tem causado, a acidificação das águas, do ar e do solo, assim como o aumento das temperaturas médias. O que ocasiona um desequilíbrio bio-químico, levando centenas de especies a extinção. Por mais belas que sejam as iniciativas de parar esse ciclo, nos tornamos auto-dependentes desses materiais, caso fossemos abdicar de carros, computadores e da eletricidade, colocaríamos um fim em nos mesmos. O constante descaso com a natureza, e um dos sintomas de uma civilização em crise.


Os três sintomas de uma crise - Desigualdade social

   A desigualdade entre os membros de um grupo, gera quase sempre conflitos. Como fica atestado em diversos episódios de nossa história, quase sempre esses conflitos são violentos. Desde o colapso da idade do Bronze, até a revolução Cubana, as classes sociais de uma civilização, travam um conflito por uma qualidade de vida superior, como já dizia Karl Marx, "A história de todas as sociedades até os nossos dias não foi senão a história das lutas de classes." As desigualdades levam à revoluções, que muitas vezes podem levar ao declínio de uma civilização. Essa regra não é imutável  muitas civilizações se beneficiaram em suas revoluções, no entanto, utilizo nesse contexto a palavra revolução, como uma disputa interna entre os setores da sociedade, que pode levar a destruição da mesma. Somos todos testemunhas de um evento dessa ordem. A Síria vem a mais de dois anos, se autodestruindo em uma guerra civil sangrenta e impiedosa. Apenas um retrato do que pode ser tornar a sociedade global como um todo nas próximas décadas.

Os três sintomas de uma crise - Crescimento populacional sem controle


  Talvez o principal de todos os sintomas, seja o do crescimento populacional sem controle. Quanto mais pessoas, mais recursos são necessários. É só pensar em nossas vidas domésticas. Quando vivemos somente em dois, a necessidade não é tão grande, como quando vivemos em quatro. Os integrantes novos de nossas famílias, precisão comer, vestir e ter suas necessidades atendidas. O mesmo acontece com cada integrante novo de nossa especie. Pegue como exemplo a China, com seus 1 bilhão e 500 milhões de habitantes. O país sofre com deficit de energia, e de alimentos. Boa parte da população vive na pobreza, enquanto outros em um estado de semi segregação. A Índia pode ser usada como exemplo também. Um país de um pouco mais de 1 bilhão de habitantes, onde metade desses habitantes vivem em um estado de pobreza extrema, como mostrado na imagem acima, em níveis que assustariam até mesmo um morador de uma comunidade do Rio de Janeiro.
  Com os métodos contraceptivos, o número de nascimentos caiu, no entanto, somente em países desenvolvidos. A Europa atualmente, sofre com o envelhecimento de sua população, e a falta de jovens para ocupar as vagas no mercado de trabalho. Isso acontece devido ao sistema capitalista em que vivemos, onde esses indivíduos mais velhos, são um "fardo" para o governo, que tem que sustentá-los. O modelo capitalista exige que os seres humanos procriem, para que a economia se mantenha. Apesar da diminuição nos nascimentos em países desenvolvidos, países mais pobres como os da África subsaariana, e os da Ásia seguem na direção oposta. Segundo cálculos, nossa população vai atingir o número de 9 bilhões de pessoas em 2050. Fica a pergunta: como iremos alimentar 9 bilhões de seres humanos? Como o planeta ira sustentar um aumento da exploração dos recursos humanos?

Uma receita médica

    Essas são perguntas que devemos tentar responder nas próximas décadas. Caso contrário, iremos enfrentar a maior crise que a humanidade já enfrentou. A dez anos, já se pensava em criar uma sociedade mais ecológica e igualitária, mas como se viu, nenhuma das metas estipuladas foram concretizadas. Na contramão de nossos acordos, alguns países continuam teimando em utilizar combustíveis fosseis, ao invés de pesquisar fontes de energia renováveis e limpas. Sera que precisamos mesmo de tudo o que temos e consumimos? Ou boa parte do que utilizamos poderia ser descartado. Mas a mensagem principal que fica é a de que toda civilização que existiu nesse planeta, teve seu momento de gloria e avanços, e o seus momentos negros de destruição e caos. O nosso pode estar mais próximo do que imaginamos.



                                         

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  1. Muitas pessoas fingem não enxergar, mas nossa civilização está realmente em declínio. Não precisamos de muito esforço para percebermos isso, atualmente somos em 7 bilhões de pessoas e já estamos esgotando ao máximo os recursos naturais do nosso Planeta, estamos extremante poluindo o ar que respiramos e desmatando as nossas floresta, as poucas que resistem estão correndo o risco de desaparecer. O nosso Planeta não resistirá (não irá mais ter recursos naturais o suficiente para satisfazer as nossa necessidades e até a nossa sobrevivência) a 9 bilhões de pessoas. Hoje temos 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome, como será essa situação em 2050 quando atingirmos os 9 bilhões? Creio que já conseguimos prever.
    Um outro fator que pode levar ao declínio, ou até a destruição da nossa civilização são as armas nucleares. Todas as grandes potencias mundiais possuem armamento nuclear, se eclodir uma grande guerra, como a 2° Guerra mundial, isso irá levar a nossa destruição. E podemos ter uma noção do poder de destruição que essas armas possuem com o caso de Hiroshima.

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