A Destruição da História?: Estado Islâmico
Nimrud, capital do império assirio, destruida pelo ISIS 

Os corações de centenas de historiadores da área de antiga e arqueologia, ficaram despedaçados nas ultimas semanas, ao ver a destruição de sítios arqueológicos pelas mãos do estado islâmico. Ver séculos e séculos de História desaparecer em uma cortina de fumaça. Mas esse é o fim da História para essas ruínas? Ou apenas mais um capitulo.
       
Membros do ISIS
O estado islâmico é um efeito e não uma causa. A desestabilização do Iraque e do Afeganistão durante o período de ocupação norte-americana, causou comoção entre diversos grupos rebeldes, que ao visualizarem um inimigo comum, se uniram para derrota-lo. O imperialismo norte-americano no oriente médio, em conjunto com outros países, é a principal mola propulsora do ISIS.

Mas o que leva esse grupo à destruir o patrimônio cultural desses países, e dinamitar ruínas de cidades antigas?

O ódio que o Estado Islâmico direciona aos objetos antigos, está pautado em seu discurso fanático. A idolatria de imagens é terminantemente proibida no islamismo, assim como teoricamente em outras religiões Judaico-cristãs. Para os membros do ISIS, a manutenção dessas ruínas e a exposição de objetos em museus, configura como uma afronta ao alcorão. Mas a realidade é bem distante do discurso teológico. A destruição dessas ruínas faz parte da tática terrorista utilizada pelo ISIS, principalmente para atacar os países ocidentais (que possuem uma longa História de estudo e preservação desses sítios), e os países do Oriente Médio, que segundo o ISIS, cometem heresia ao preservar esses locais e objetos.

Então é o "fim" para esses sítios arqueológicos?

Muito do que foi destruído pelo Estado Islâmico, já havia sido parcialmente destruído pelos arqueólogos europeus do fim do século XIX, que utilizavam até dinamites para escavar. A maioria dos artefatos foram espalhados pelos museus mundo afora, onde foram massivamente estudados e reestudados. Portanto, apesar de perdemos o espaço físico, muito foi guardado para posterioridade. A destruição dessas ruínas por uma força histórica como o estado islâmico marca mais um capitulo na longa trajetória desses centros urbanos ou religiosos antigos, que chegam até ter mais de 4000 anos. Assim como Alexandre, o Grande queimou Persepólis no século IV a.C, e impulsionou o motor da História, o ISIS fará o mesmo, infelizmente.

Os custos humanos da expansão do ISIS é muito mais preocupante do que meras ruínas.


ESTADO ISLÂMICO EM NÚMEROS:

30 à 50 mil combatentes

Ativo em 5 países

Capital - 2 Bilhões de dólares

300 escravas mulheres pertencentes a minorias do Iraque

1,2 milhões de deslocados

12 mil ocidentais na luta, 500 desses britânicos

FONTE: O GLOBO





            


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A Destruição da História?: Estado Islâmico

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Nimrud, capital do império assirio, destruida pelo ISIS 

Os corações de centenas de historiadores da área de antiga e arqueologia, ficaram despedaçados nas ultimas semanas, ao ver a destruição de sítios arqueológicos pelas mãos do estado islâmico. Ver séculos e séculos de História desaparecer em uma cortina de fumaça. Mas esse é o fim da História para essas ruínas? Ou apenas mais um capitulo.
       
Membros do ISIS
O estado islâmico é um efeito e não uma causa. A desestabilização do Iraque e do Afeganistão durante o período de ocupação norte-americana, causou comoção entre diversos grupos rebeldes, que ao visualizarem um inimigo comum, se uniram para derrota-lo. O imperialismo norte-americano no oriente médio, em conjunto com outros países, é a principal mola propulsora do ISIS.

Mas o que leva esse grupo à destruir o patrimônio cultural desses países, e dinamitar ruínas de cidades antigas?

O ódio que o Estado Islâmico direciona aos objetos antigos, está pautado em seu discurso fanático. A idolatria de imagens é terminantemente proibida no islamismo, assim como teoricamente em outras religiões Judaico-cristãs. Para os membros do ISIS, a manutenção dessas ruínas e a exposição de objetos em museus, configura como uma afronta ao alcorão. Mas a realidade é bem distante do discurso teológico. A destruição dessas ruínas faz parte da tática terrorista utilizada pelo ISIS, principalmente para atacar os países ocidentais (que possuem uma longa História de estudo e preservação desses sítios), e os países do Oriente Médio, que segundo o ISIS, cometem heresia ao preservar esses locais e objetos.

Então é o "fim" para esses sítios arqueológicos?

Muito do que foi destruído pelo Estado Islâmico, já havia sido parcialmente destruído pelos arqueólogos europeus do fim do século XIX, que utilizavam até dinamites para escavar. A maioria dos artefatos foram espalhados pelos museus mundo afora, onde foram massivamente estudados e reestudados. Portanto, apesar de perdemos o espaço físico, muito foi guardado para posterioridade. A destruição dessas ruínas por uma força histórica como o estado islâmico marca mais um capitulo na longa trajetória desses centros urbanos ou religiosos antigos, que chegam até ter mais de 4000 anos. Assim como Alexandre, o Grande queimou Persepólis no século IV a.C, e impulsionou o motor da História, o ISIS fará o mesmo, infelizmente.

Os custos humanos da expansão do ISIS é muito mais preocupante do que meras ruínas.


ESTADO ISLÂMICO EM NÚMEROS:

30 à 50 mil combatentes

Ativo em 5 países

Capital - 2 Bilhões de dólares

300 escravas mulheres pertencentes a minorias do Iraque

1,2 milhões de deslocados

12 mil ocidentais na luta, 500 desses britânicos

FONTE: O GLOBO





            


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